O setor supermercadista ainda tem muito espaço para crescer. Essa é uma das conclusões que foram identificadas durante a 1ª edição da XP Food Retail Conference, que contou com oito empresas do setor: Assaí Atacadista, Grupo Mateus, GPA, Mambo, Oba Hortifruti, Super ABC e Supernosso.
Para alguns players, o último trimestre deve apresentar uma desaceleração de vendas de mesmas lojas na comparação com o segundo trimestre, principalmente pela inflação mais baixa e a mudança de comportamento do canal B2B para uma compra mais fracionada. Outro ponto considerado é que o aumento do Auxílio Brasil ainda não parece ter se traduzido em incremento de demanda para as companhias.
Apesar de um trimestre mais fraco, todas as empresas estão otimistas e mencionaram planos sólidos de crescimento orgânico. Enquanto umas empresas investem no formato específico para impulsionar a diferenciação, outras continuam apostando em um portfólio mais diversificado. Outro destaque é que alguns players regionais estão analisando expandir para outros estados para impulsionar seu mercado endereçável.
Mais um ponto levantando foi o interesse dos investidores em entender a percepção das empresas não listadas em relação à indicação de crescimento de 3x no faturamento das lojas convertidas pelo Assaí. A percepção da maior é de que a expansão é bastante factível de ser alcançada frente à base de comparação fácil das lojas do Extra.
Os empresários também estão otimistas com a Copa do Mundo, principalmente o formato atacarejo, que deve ser favorecido pelo aumento de encontros sociais em bares e restaurantes para assistir aos jogos.
Durante o evento, a L.E.K Consulting, companhia de consultoria estratégica global com forte histórico em bens de consumo, destacou três principais tendências para o varejo alimentar. São elas:
– Dinâmica econômica, com a alta da inflação sendo o principal ponto de atenção, enquanto as lojas que focam em um sortimento mais premium e low cost como as vencedoras;
– Atitude, com home/flex office sendo o “novo normal”, mais foco em saúde e conveniência e marcas próprias ganhando participação devido ao trade-down dos consumidores em busca de melhores preços;
– Tamanho, com bastante espaço para consolidação do mercado, uma vez que as grandes redes representam 30% do mercado, o que se compara com 60% nos EUA, além da penetração do e-commerce que deve aumentar, e os formatos de atacarejo e conveniência chamam a atenção como as principais alavancas de crescimento do segmento
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