Por Sergio Gomes
No dia 2 de abril é comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, caracterizado por diferentes alterações no desenvolvimento neurológico, que podem afetar a comunicação, socialização e comportamento de uma pessoa, com sintomas que geralmente aparecem na infância e podem variar de leves a graves. O autismo é caracterizado por uma desordem cerebral que impacta no desenvolvimento da pessoa, podendo interferir na forma como ela percebe o mundo ao redor e interage com os outros, ocasionando desafios sociais, de comunicação (verbal ou não) e comportamentais. Trata-se de uma condição crônica, de uma deficiência neurológica, e não de uma doença. Devido à variedade de sintomas e sua complexidade, esta condição é agora denominada “Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)”, conforme expresso na quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) da Associação Americana de Psiquiatria. O material apresenta termos para classificação e diagnóstico na área da saúde mental”.
Recentemente, tem havido uma maior inclusão e aceitação dos autistas graças às lutas das próprias pessoas, de ativistas, familiares e pessoas que defendem os direitos das pessoas dentro do TEA (Transtorno do Espectro Autista), incluindo médicos, pesquisadores e acadêmicos, que estão incorporando cada vez mais o paradigma da neurodiversidade em seus trabalhos. O termo “neurodiversidade” foi cunhado em 1998 pela socióloga australiana Judy Singer.
Este ano, o foco da comemoração é a contribuição dos autistas em diversas áreas, como em casa, no trabalho, nas artes e como criadores de políticas. Cada vez mais, a narrativa de “curar” ou “converter” pessoas autistas é abandonada em favor da aceitação das suas particularidades e da promoção de inclusão e aceitação na sociedade. Para isso, é muito importante disseminar conhecimento para reduzir estigmas e preconceitos.
A comunicação interpessoal e interação com outras pessoas pode ser um grande desafio para as pessoas no espectro. Ambientes com muitos estímulos, que podem passar despercebidos ou inócuos para pessoas típicas (que não estão no espectro autista), podem desencadear crises em pessoas atípicas (que estão no espectro autista). Atualmente, o autismo é classificado em 3 níveis de suporte, ou seja, que tipo de apoio a pessoa pode precisar para ter autonomia, bom desempenho e qualidade de vida. No nível 1 de suporte, popularmente chamado de “autismo leve”, a pessoa precisa de pouco apoio para desempenhar bem as funções sociais, intelectuais e pragmáticas do cotidiano. No nível 2 de suporte, conhecido como “autismo moderado”, é necessário um grau razoável de suporte para autonomia. E no nível 3, conhecido como “autismo severo”, o indivíduo necessita de muito suporte.
É importante considerar que cada indivíduo é singular e cada caso é único. A avaliação feita com profissionalismo e seriedade por equipes multidisciplinares de profissionais de saúde e de suporte, combinada com terapias e, em alguns casos, medicamentos, podem contribuir muito para a realização pessoal e profissional de pessoas no espectro autista.
Mesmo com o avanço no conhecimento, pesquisas e suporte, as pessoas autistas ainda sofrem muito com a discriminação e outros desafios no seu cotidiano e o Dia Mundial de Conscientização do Autismo é uma oportunidade para destacar a importância da inclusão de pessoas com autismo, o que significa permitir que todas as pessoas, independentemente de suas habilidades ou diferenças, tenham as mesmas oportunidades e possam participar plenamente da sociedade.
A inclusão de pessoas com autismo é fundamental para garantir que elas possam alcançar seu potencial máximo e viver vidas felizes e realizadas e no contexto do mercado de trabalho, a inclusão de pessoas autistas traz benefícios tanto para as empresas quanto para os indivíduos com TEA. Por um lado, as empresas se beneficiam ao contar com uma equipe diversa e inclusiva, que traz diferentes habilidades, perspectivas e ideias para o ambiente de trabalho. Por outro lado, as pessoas autistas têm a oportunidade de se sentir valorizadas e integradas na sociedade, além de desenvolver habilidades profissionais e pessoais importantes para o seu crescimento.
Fontes:
https://www.un.org/en/observances/autism-day
https://www.autistologos.com/copia-o-que-e-o-autismo-2
https://youtu.be/NdQPZNSh-H0
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