11 de dezembro, 2023

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Atividade econômica recua 0,56%, mostra BC

Esse resultado de janeiro representa a primeira retração após quatro meses seguidos de alta, o que deve trazer cautela ao mercado. Embora analistas já tenham revisto suas previsões para 2018

Conforme o IBGE, a produção industrial teve queda de 2,4%, pressionada pelo segmento de veículos

 FOTO: ESTADÃO CONTEÚDO/EPITÁCIO PESSOA

FERNANDA BOMPAN

SÃO PAULO

 

20.03.18

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado ontem (19) pela autoridade, recuou 0,56% em janeiro, na comparação com dezembro, a primeira retração após quatro altas mensais seguidas.

Esse resultado, na série dessazonalizada, representa a maior redução desde março de 2016, quando o indicador – considerado uma prévia da divulgação oficial do Produto Interno Bruto (PIB) – diminuiu 0,82%, na mesma base de comparação.

De acordo com o professor de economia do Ibmec/SP, Walter Franco Lopes, essa queda em janeiro do IBC–Br deve trazer cautela ao mercado. Na opinião dele, as análises devem ser revistas de modo que a expectativa de crescimento seja reduzida ao passar dos meses.

De fato, mesmo sem o componente IBC-br nas avaliações, o mercado diminuiu pela segunda semana seguida a previsão de expansão do PIB no fechamento deste ano. Segundo o relatório Focus, também divulgado ontem pelo BC, os analistas consultados pela autoridade monetária esperam avanço de 2,83% da economia em 2018, contra 2,87% aguardados no documento anterior.

“Gradualmente, as expectativas serão menores. A volatilidade [do indicador] atrapalha os estudos. Ou seja, não existe uma tendência [para a atividade econômica], o que é ruim para estabelecer projeções”, entende o professor, apesar de considerar que há, sim, sinais de retomada do PIB.

Oficialmente, o Ministério da Fazenda prevê um aumento de 3% para a economia neste ano, enquanto o Banco Central projeta avanço de 2,6%.

Para Lopes, o maior obstáculo para que o crescimento econômico seja mais forte é a recuperação não consistente do emprego. “A redução do desemprego não está significativa. Mais emprego, mais renda gera mais força ao comércio, à receita de serviços, o que favorece a indústria. Sem isso, frustra as expectativas”, aponta.

O especialista sugere que a solução para elevar a criação de vagas formais de trabalho seria reduzir os juros no sistema financeiro, não só para as empresas, como também para a pessoa física. “São esperados mais cortes da Selic [taxa básica de juros], mas o spread também precisa reduzir de modo a fomentar investimentos e consumo”, afirma Lopes.

A perspectiva, de acordo com o relatório Focus desta semana, é de que o Comitê de Política Monetária (Copom), diminua a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 6,5% ao ano, amanhã (21), o que encerraria o ciclo de cortes dos juros básicos neste ano. Porém, pela sinalização mediana das estimativas do top 5 – grupo das cinco instituições que mais acertam no Focus – não há um consenso de que não haveria mais reduções.

Em janeiro

O resultado do IBC-Br de janeiro foi puxado pelos resultados também negativos da indústria e de serviços. Conforme última divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial teve queda de 2,4%, pressionada pelo segmento de veículos, e serviços recuou 1,9% no período.

 

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