Pesquisas mostram que os desempenhos das micro e pequenas empresas dos setores industrial, do comércio e de serviços serão bem diferenciados em meio ao cenário de retomada econômica brasileira.
Levantamento feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), divulgado ontem (24), aponta que a intenção de fazer investimentos por parte dos micro e pequenos empresários de varejo e serviços cresceu quase 13 pontos na escala em um ano, passando para 41,3 pontos no último mês – no mesmo período do ano passado, esse número estava em 28,4 pontos.
Na comparação mensal, também houve crescimento, uma vez que o índice observado em fevereiro fora de 40,7 pontos. Pela metodologia, quanto mais próximo de 100, maior a propensão de investir; quanto mais próximo de zero, menor a propensão.
Para o presidente da CNDL, José Cesar da Costa, a retomada da economia tende a aumentar o apetite dos micro e pequenos empresários por investimento. “Aos poucos os empresários de menor porte começam a se sentir mais dispostos a assumir risos com a perspectiva de investir. A melhora ainda é cautelosa, mas reforça a tendência de evolução gradual da economia”, explica o presidente, em nota.
Por outro lado, pesquisa feita pelo Datafolha encomendado pelo Sindicato da Micro e Pequena Indústria (Simpi) revela que no caso desse segmento a que a entidade representa continua enfrentando dificuldades no ambiente de negócios. No mês passado, por exemplo, o nível de empresas da categoria que demitiram subiu de 13% para 17%, em comparação com fevereiro.
As altas taxas de juros e a falta de linhas de crédito adequadas ao tamanho do negócio ainda representam um empecilho para o acesso ao crédito das MPIs. Dos 11% dos empresários dessa categoria que fizeram consulta a empréstimos ou financiamentos, 59% não conseguiram obter o crédito. Esse é apenas um dos fatores que dificultam a retomada das MPIs”, finaliza Couri, também em nota.
Na avaliação do presidente do Simpi, Joseph Couri, os dados apresentados no levantamento – também divulgado ontem – apontam que a cada ano está mais difícil para o segmento continuar empreendendo. “Com a crise econômica brasileira dos últimos anos, a maior dedicação ao próprio negócio não está se transformando em renda maior e nem na melhora da vida pessoal para os empresários da MPI.” FERNANDA BOMPAN. dci.
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