09 de outubro, 2024

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A derrapagem da economia

A atividade cresceu 0,44% no trimestre móvel encerrado em outubro, depois de ter aumentado 1,36% nos três meses até setembro. Também isso evidencia a perda de vigor econômico. No ano, o desempenho da economia foi 3,41% superior ao do período de janeiro a outubro de 2021. Em 12 meses o IBC-Br avançou 3,13% em relação à fase imediatamente anterior.

Pela projeção do BC divulgada em setembro, a economia brasileira deve crescer 2,70% em 2022. No mercado, a mediana das projeções subiu em quatro semanas de 2,77% para 3,05%, de acordo com o boletim Focus divulgado na última segunda-feira. Os últimos dados do IBC-Br parecem corroborar essas expectativas. Nem as ações eleitoreiras do presidente Jair Bolsonaro parecem ter alterado de forma significativa os gastos de consumo neste bimestre final. Endividadas, pressionadas pela inflação e ainda forçadas a enfrentar condições de trabalho muito desfavoráveis, as famílias continuam sobrevivendo sem folga no orçamento.

Os números do IBC-Br são apresentados sem detalhes setoriais. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram em outubro um recuo de 0,60% do setor de serviços, o componente de maior peso na formação do PIB. Mostram também um avanço de 0,30% da produção industrial, puxado por apenas 7 dos 26 segmentos pesquisados.

Apesar da perda mensal de 0,3%, os serviços acumularam expansão de 8,7% no ano, em comparação com igual período de 2021, e um avanço de 9% em 12 meses. No caso da indústria, o resultado mensal positivo foi insuficiente para mudar o quadro de estagnação. O volume produzido de janeiro a outubro foi 0,80% menor que o de um ano antes. O total contabilizado em 12 meses foi 1,40% inferior ao dos 12 meses anteriores. Além disso, o último dado mostrou uma atividade industrial 2,10% abaixo do patamar de fevereiro de 2020, último mês antes do surto de covid-19 no Brasil. A indústria já ia mal antes da pandemia, piorou, e nada se fez, em Brasília, para sua recuperação – uma tarefa deixada inteiramente, portanto, para o próximo governo.

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