15 de outubro, 2024

Notícias

Home » Notícias Jurídicas » Após quatro meses de desaceleração, custo de vida aumenta em São Paulo, mostra FecomercioSP

Após quatro meses de desaceleração, custo de vida aumenta em São Paulo, mostra FecomercioSP

Após quatro meses em ritmo lento, o custo de viver na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) voltou a acelerar, como mostra a pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), de fevereiro. O índice subiu 0,71% na comparação a janeiro, na maior elevação em 12 meses [gráfico 1].

No acumulado de um ano, a CVCS já cresceu 3,67%, margem ainda abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, quando era de 5,79%. Segundo a FecomercioSP, o custo de vida está acima do que era esperado, puxado, principalmente, pelo aumento dos preços em sete das nove atividades que compõem o indicador. Dentre elas, destacam-se a educação, influenciada pelo início do ano letivo, e os grupos de alimentação e transportes, que só não estão piores em razão da queda do preço do óleo diesel ao longo do mês.

Ainda assim, a Federação observa que a pressão sobre os preços não se resolverá a curto prazo. O impacto disso será mais forte entre as famílias de baixa renda, na medida em que os gastos com alimentação e transporte representam quase a metade (45%) dos custos desses lares.

O grupo de educação foi o que gerou a maior pressão sobre o custo de vida na RMSP em fevereiro, com variação para cima de 4,84% [tabela 1]. Ainda assim, é um fenômeno transitório, cujo impacto é maior entre famílias de renda mais elevada. Pelos dados, os custos com esse tipo de produto subiram 5,16% para a Classe B, e 2,68% para a E. A partir de abril, é uma atividade que tende a se estabilizar.

Seguindo a tendência de janeiro, os custos da comida também continuam crescendo. Em fevereiro, a curva foi ascendente em 0,54%, resultado das mudanças climáticas provocado pelo El Niño, que acabam prejudicando o cultivo dos mais diversos tipos de alimentos e, consequentemente, aumentando os custos de toda a cadeia, da produção ao consumo nas prateleiras de supermercados. Por exemplo, foram registrados aumentos significativos nos preços das frutas (2,93%), hortaliças e verduras (3,98%), dos tubérculos e legumes (5,85%), do feijão (6,29%), do pão francês (1,35%), do leite (1,11%) entre outros. Trata-se de um impacto que deve ser sentido por todas as famílias, já que são itens considerados essenciais, ou seja, difíceis de substituir por outros produtos para contornar a inflação.

Felizmente, esses efeitos poderiam ser piores. O óleo diesel ajudou a segurar a inflação sobre os alimentos, na medida em que ficou mais barato durante o mês, freando os custos de transporte e logística dos produtos.

Por outro lado, os encarecimentos do etanol (4,23%) e da gasolina (1,36%) foram responsáveis por aumentar significativamente os custos dos transportes. O grupo teve a segunda maior participação na alta da inflação do mês, com variação de 0,78%.

Os únicos dois grupos que registraram redução nos preços foram despesas pessoais (-0,23%) e vestuário (-0,15%), mas sofreram impacto reduzido graças ao desempenho geral das atividades.

Índice de Preços no Varejo (IPV)

O IPV subiu 0,58%, em fevereiro, com uma alta acumulada de 0,75%. Em 2023, o indicador acumulava 0,70% entre janeiro e fevereiro e 5,29% no período entre março de 2022 e fevereiro de 2023. Dentre os oito grupos que compõem o índice, três encerraram fevereiro com decréscimo nas variações médias: vestuário (-0,15%), habitação (-0,09%) e despesas pessoais (-0,07%). A contribuição que mais corroborou para a alta do resultado foi a do grupo de transportes (1,23%). O acumulado dos últimos 12 meses foi de 3,05% e em 2024 de 0,78%.

Índice de Preços nos Serviços (IPS)

O IPS variou 0,85%, acumulando alta de 1,23%. O indicador acumulava 5,79%, em fevereiro do ano passado, e 1,61%, no período compreendido entre janeiro e fevereiro e 6,29% no período compreendido entre março de 2022 e fevereiro de 2023. Dentre os oito grupos que compõem o índice, dois encerraram o mês com decréscimo nas variações médias: despesas pessoais (-0,31%) e transportes (-0,02%). A contribuição que mais corroborou para a alta do resultado foi a do grupo de educação (5,19). O acumulado nos últimos doze meses é de 6,16% e em 2024 de 5,21%.

Nota metodológica

O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços, e o IPV, 181 produtos de consumo.

Fonte : FecomercioSP

Comentários