28 de março, 2024

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Atenção total à gestão é a chave para enfrentar os desafios de 2021

O ano de 2021 vem aí recheado de desafios e alguns riscos. A pandemia não acabou, e a primeira meta é preservar os negócios, com muita atenção às questões trabalhistas e à gestão da empresa. Mas ainda é possível, claro, gerar bons resultados e potencializar o crescimento.

“Em termos de segurança jurídica trabalhista, o caminho que as empresas precisam trilhar em 2021 nada mais é do que investir muito em prevenção”, sugere Eduardo Pastore, advogado da Pastore Advogados, especialista em Direito Trabalhista, e consultor da FecomercioSP.

“Arrisco dizer que 80% dos problemas jurídicos trabalhistas de uma empresa são problemas de gestão, mais especificamente, de gestão de pessoas, no RH”, afirma. Para ele, quem quiser ter mais segurança tem de encarar isso. “Olhando para a gestão, o empresário tem a chance de matar no ninho os problemas”, diz.

Ele lembra que, ao longo de 2020, o governo editou uma série de Medidas Provisórias (MPs) que ajudam a reforçar a segurança jurídica, como a 905, 927 e 936, que se transformou na Lei nº 14.020. “Essas medidas vão ter muita importância no ano que vem, com ou sem benefício emergencial”, afirma Pastore.

Para o especialista, outro ponto fundamental é olhar para as negociações coletivas. “Foram os sindicatos e as negociações coletivas que salvaram milhões de empregos e empresas”, revela. Segundo ele, o Ministério da Economia contabilizou 20 milhões de acordos trabalhistas individuais e coletivos usando as MPs. “Os sindicatos continuarão sendo protagonistas e devem se consolidar no ano que vem”, aposta. Isso vale também quando o assunto é o teletrabalho.

 

Capital de giro e caixa são o foco

Fernando Fernandes, da LEK Consulting

Fernando Fernandes, da LEK Consulting

Rotatividade e caixa são as palavras de ordem em relação à gestão propriamente dita do varejo de alimentos. O assessor econômico da FecomercioSP Guilherme Dietze demonstra preocupação com estoques parados. “São duas palavras de extrema importância no momento. O caixa evita ter de buscar dinheiro no banco, pagando juros. Mas muito empresário não está atento a essa dinâmica e insiste em manter o preço ao invés de ‘promocionar’ o produto encalhado”, alerta.

“Não existe uma ‘grande sacada 2021’ para o pequeno varejista”, diz Fernando Fernandes, líder do escritório em São Paulo da L.E.K. Consulting. “A armadilha está em achar que poderemos fazer uma grande aposta. Quando se entra nos números de projeção de crescimento do PIB, deve-se lembrar que ele é consequência e não causa. Ninguém deve dobrar apostas por conta de uma expectativa positiva do PIB. O crescimento se dá em pequenas transações”, pondera.

Para o economista da FecomercioSP, o Pix é uma excelente opção para gerar caixa, mas o varejista precisa oferecer ao consumidor algum tipo de benefício para que este abandone a conveniência do pagamento futuro do cartão de crédito.

De acordo com Dietze, o maior risco para o ano que vem é o aumento de preços. “A gente deve ver a continuidade da elevação de preços e isso pode ser bem complicado em 2021”, diz. Ele lembra que cabe ao empresário diversificar os fornecedores para barganhar preços, formas de pagamento e entrega. “Estamos muito longe de comemorar 2021 como uma saída da crise, principalmente com o fim do auxílio emergencial e o emprego que não deslanchou”, pondera.

Guilherme Dietze, da FecomercioSP

Segundo o economista, um ponto interessante é que 2020 pode ter gerado um certo “colchão” financeiro a ser aproveitado em 2021. “As pessoas depositaram neste ano na Poupança R$ 170 bilhões a mais do que retiraram. Isso é o dobro do saldo acumulado nos últimos três anos. Na crise de 2015 e 2016, o saldo foi negativo em R$ 90 bi. Ou seja, pelo menos R$ 150 bi podem entrar na economia e ajudar o consumo no primeiro semestre. O problema é o período subsequente”, revela.

Neste momento, no entanto, os indicadores que determinam o consumo estão bastante pressionados. “Isso deve fazer do primeiro semestre um período bem desafiador”, afirma Dietze. “Para passar o ano, o caixa será mais importante que qualquer outra coisa; para o pequeno, valerá mais o giro que as margens”, define Fernandes.

Se não bastasse, houve descasamento entre oferta e demanda durante a pandemia, o que impactou no segmento de embalagens, que ainda não regularizou os estoques. “A demanda um pouco reprimida nos primeiros meses em alguns setores, neste sentido, deve ajudar a equilibrar essa conta”, diz o economista.

O maior receio, afirma, é na oferta do grupo alimentos, que responde por um quarto do gasto das famílias. Soja e milho já estão com estoques baixos e preços muito altos e isso impacta toda uma indústria.

 

Ainda no Natal

Olhando ainda para o fim do ano, alguns pontos de gestão merecem destaque. “Há um certo despreparo para que o consumidor seja atendido de forma eficiente. Mas é uma oportunidade muito grande para os supermercados mostrarem qualidade na entrega ainda neste Natal”, afirma Dietze.

“As festas de Natal precisam ser aproveitadas pelo varejista, por conta de restrições da pandemia. O movimento de comemorações que ‘turbinarão’ a ceia será grande. É preciso garantir sortimento, estoque completo, bom atendimento”, aposta Fernandes. “Agora, a atualização do mix de produtos é válida, mas eu teria muito cuidado ao aderir a modismos.” Da mesma forma, diz, vale ter certa parcimônia ao se lançar em estratégias mais completas de e-commerce. “Busque modelos tentando ajustar-se ao risco de canibalizar o próprio negócio.”

Na época de Natal, há espaço para pequenas inovações. “Muitas pessoas querem custo-benefício. O supermercado poderia colocar a nota do [app] Evino ao lado do preço para auxiliar o consumidor na avaliação dos rótulos. Isso é inovador. E estoque parado é custo de oportunidade. Vale demais para girar estoque e gerar caixa. Não é questão de tecnologia”, sugere.

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