09 de outubro, 2024

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‘Bets’ causam impacto na quitação de contas e consumo no varejo

A FecomercioSP (A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo)
levantou dados alarmantes sobre as apostas feitas em plataformas regulamentadas. De acordo com a
pesquisa, se para a maioria dos usuários das bets na capital paulista – que representa 17% da população
– esse tipo de jogo representa mera diversão (42%), um quarto deles (25%) acredita que essa é uma
forma de aumentar os rendimentos domésticos —e rapidamente. Outros 9% ainda afirmam que apostam
para investir.
O levantamento é ainda mais preocupante pelo fato de 20% dos apostadores admitirem que o dinheiro
utilizado para financiar essas apostas na Internet seria destinado a pagar contas caso não apostassem.
Já para 12%, os recursos serviríam para comprar alimentos.
De acordo com a FecomercioSP, o desejo de retorno financeiro por meio de apostas é um sinal grave de
como as pessoas, em geral, têm manejado os orçamentos familiares. Muitas delas, especialmente de
baixa renda, buscam rentabilidade imediata em plataformas online em vez de investir em modalidades
tradicionais, mais seguras e com benefícios a longo prazo. Isso as coloca em uma situação financeira
vulnerável, podendo agravar ainda mais as suas respectivas condições econômicas.
A pesquisa mostra também como o consumo do varejo e de itens essenciais fica sob risco, já que boa
parte dos montantes apostados seria importante para a composição das despesas rotineiras dos lares,
como as de supermercado.
E por isso que, na visão da Entidade, o crescimento exponencial das bets no mercado nacional depende
de uma regulamentação desenvolvida e equilibrada, que promova a inovação e a abertura de novos
mercados, bem como garanta segurança jurídica tanto para plataformas quanto para apostadores. É
necessário ter políticas para proteger, conscientizar e educar os consumidores.
Não é à toa que praticamente metade (44%) dos usuários de plataformas de apostas tenha afirmado que,
ao fim, soma mais perdas do que. E um reforço evidente dos riscos inerentes a esse mercado.
Bets em alta
O estudo da FecomercioSP ouviu 3.622 pessoas na cidade de São Paulo, de diferentes classes sociais e
faixas etárias, entre os dias 12 e 19 de julho. A ideia era entender os impactos econômicos desses jogos
para os paulistanos — e os efeitos secundários no varejo — como observar o processo de transição dos
consumidores entre os mercados ilegal e o regulamentado.
Os dados da Federação mos tram que, embora a regula mentação possa criar um am biente mais
controlado par apostas, não elimina o risco d jogo excessivo para àquele que têm o hábito de jogar. N
verdade, a facilidade de aces so às plataformas online pode até agravar esse problema.
Outros números chamam atenção para a expansão ver tiginosa das plataformas no últimos anos. De
forma geral 17% dos paulistanos são, atu almente, consumidores ativo desses jogos (quase dois em cada
10) — número que per manece dentro da média in ternacional. Nos Estados Uni dos, por exemplo, esse
núme ro varia entre 10% e 15%.
Entre os apostadores pau listanos, um quarto (23%) fa algum tipo de jogo semanal mente, enquanto 12%
o fa zem todos os dias. Nesse re corte, as classes médias ten dem a ser consumidoras mai frequentes:
‘Bets’ causam impacto na quitação de contas e consumo no varejo
dentre aquele que ganham acima de doi salários mínimos, 30% apos tam toda semana, número que cai
para 18% entre quem ganha menos do que esse montante por mês. O tíque te médio, porém, é baixo, re
forçando o argumento de que o brasileiro adepto dessa prá tica costuma ser um “peque no apostador” —
metade do entrevistados (52%) diz não gastar mais do que R$ 50 po mês nas bets; outros 19% gas tam
até R$ 100.

Fonte DIÁRIO DE SANTA BÁRBARA/SANTA BÁRBARA D’OESTE

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