Por Redação EXAME
Há boas razões para otimismo em 2020, e elas se encaixam basicamente em dois campos. No primeiro, estão as condições gerais da economia brasileira. Embora sujeita a um considerável contingente de incertezas, as perspectivas são boas: juros baixos, inflação sob controle (ainda que tenha dado um leve repique), expectativa de prosseguimento das imprescindíveis reformas — talvez não com o ímpeto desejável, mas com avanços maiores do que os recuos.
O segundo campo é o psicológico. Passamos tanto tempo em crise, ou andando de lado, que um crescimento do produto interno bruto na casa dos 2% (a atual previsão da média dos economistas é de 2,3%) parece uma senhora de uma boa notícia. Em outras palavras: a crise atravessou os terrenos do choque e da negação e tornou-se o novo normal.
Sair desse normal é, portanto, uma grande notícia. Como disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, é melhor crescer menos do que crescer artificialmente. Dito de outra forma, é melhor crescer devagar, mas consistentemente, do que dar soluços.
Se para o país o clima é de razoável otimismo (com ênfase na raiz do adjetivo: um otimismo que vem da razão, não da emoção), para os investidores as possibilidades são ainda melhores, como mostra a reportagem de capa Onde Investir 2020.
O PIB é uma grande média de resultados, e sendo o Brasil um país tão diverso é claro que há, de um lado, setores que não conseguiram sair da crise (basta ver os persistentes índices de desemprego) e, de outro lado, enormes oportunidades.
Como cidadãos, somos atingidos pelas duas facetas. Mas, como investidores, podemos escolher onde aportar nossos recursos. Nesse ponto, o desempenho da bolsa de valores, com valorização média superior a 31% no ano passado, é um sinal alvissareiro — os analistas opinam que ainda há espaço para crescimento.
É claro que há riscos. O cenário externo é instável — provocações comerciais entre os Estados Unidos e a China, perigo de conflitos no Oriente Médio, contaminação pelas mazelas de países vizinhos — e, aqui dentro, há sempre agendas poderosas atuando contra as reformas e o risco de o próprio governo meter os pés pelas mãos em assuntos delicados.
Por isso, os cenários apresentados agora são sujeitos a mudanças, às vezes repentinas. Mas é para isto que serve o bom jornalismo de economia e negócios: para observar, apurar, analisar e alertar sobre riscos e oportunidades, a cada momento.
Também para EXAME o ano de 2020 apresenta perspectivas alvissareiras. Após 52 anos de existência como uma marca da Editora Abril, EXAME foi recentemente adquirida pelo grupo BTG Pactual. A mudança de controle deverá implicar novos investimentos e um consistente impulso para manter a mesma missão de sempre: jornalismo independente e de qualidade.
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