29 de março, 2024

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Cartazeamento inteligente vai muito além da oferta do dia

Promover um produto é uma das tarefas mais antigas do dia a dia de um supermercado, mas nem por isso deve ser feita no piloto automático. Cada vez mais, comunicar bem uma oferta ou um item diferente e continuar faturando com promoções – quase 50% do faturamento anual do varejista vem daí – exige análise, inteligência e planejamento. E ferramentas tecnológicas são muito bem-vindas para fazer do cartazeamento uma atividade muito mais eficaz.

“A cultura de cartazear só o que está em oferta acabou!”, atesta Tiago Matias da Silva, coordenador de Gestão Comercial do Sonda Supermercados, que implementou há um ano a automação de todo o processo de cartazeamento nas 44 lojas da rede.

Cláudia Biselli Fonseca (foto capa), diretora da empresa de soluções para o varejo JUI PDV, explica que a automatização reduz a despesa do varejista ao suprimir a necessidade de ter um cartazista por loja. “Ele é bom no visual, mas não na tomada de decisão. Fazia o que dava para fazer, mas a decisão foge da mão de quem negociou a compra. A plataforma traz esse controle de volta”, diz.

Ela defende o uso de uma plataforma digital para controlar o processo todo. “Resgatamos a ideia do cartaz como instrumento para chamar a atenção do consumidor para algo que faça sentido ao varejista”.

Guilherme Raymond, líder comercial da Smarket Solutions, plataforma de ferramentas de gestão e criação de ofertas e trade, concorda. “O varejo pode se beneficiar muito da tecnologia para otimizar processos e para subsidiar a tomada de decisão”. A solução da empresa, por exemplo, une vários sistemas (ERP, CRM, e-commerce etc.) em uma plataforma só.

Silva admite que o Sonda, como empresa familiar, tinha a ideia de valorizar o cartazista, mas entendeu que precisava otimizar resultados. “Foi inovador e supriu toda a minha necessidade. Tudo o que há um ano se fazia manualmente agora é automático”. O sistema, conta, trouxe outras “inteligências”: “temos hoje uma comunicação diferenciada com o consumidor”. Entre as ações estão cartazes com informações sobre qualidade e benefícios organizados pela nutricionista do Sonda. A empresa vem ainda criando o hábito de associar produto, imagem e preço para dar velocidade na leitura e agregar valor. “Isso é muito claro no setor de cervejas especiais, por exemplo”, conta.

 

Cartaz x tablóide

Segundo Claudia, o efeito do cartazeamento nas vendas é muito grande. “É maior até do que o do tablóide, cuja mídia é poderosa apenas para trazer o cliente à loja – uma vez nela, o que funciona é o cartaz”, afirma.

O que o consumidor busca numa loja é muito mais que ofertas, lembra a executiva. “A compra por impulso vai além, e, quando se igualam as estratégias de promoção e cartazeamento, as margens do varejista são reduzidas e o consumidor não vê qualquer diferenciação em relação à concorrência. Se ele for em busca de marcas premium ou orgânicos, por exemplo, será atraído muito mais pelas novidades que pelas ofertas do dia.”

Pensando nisso, ela sugere anunciar apenas as melhores ofertas e oferecer informações interessantes ou talvez receitas diferenciadas. “O PDV vira uma coisa mais viva. Além disso, dá para entender quais produtos vendem mais em cada loja”, atesta.

 

Fôlego digital e operacional

A diferenciação que deve ser levada em conta no cartazeamento ganha fôlego com o uso de plataformas digitais que operam com bancos de dados robustos. “Cerca de 15% da maior lucratividade vem de presentes e produtos diferentes. Mas não passa disso. Dos 10 mil itens de um supermercado, os carrinhos se cruzam muito pouco, por isso que vender nesse nicho é uma arte. Assim, chamar a atenção para produtos que podem vender mais em dada região aumenta muito a chance de faturar”, diz. Segundo ela, em média, um bom cartazeamento eleva em 10% as vendas.

“O maior ganho é o de operacionalidade na loja. Isso dá mais tempo tanto para o repositor quanto para o encarregado ou o gerente”, admite Silva.

“Um varejo pequeno, com cinco lojas, economiza mais de R$ 200 mil por ano”, afirma Raymond, que destaca a segurança de que a informação está correta e o ganho de tempo (de produção do cartaz) e de dinheiro que se tem (com a dispensa do cartazista). Além disso, o sistema gera relatórios de desempenho de vendas e rentabilidade. “Essa série de dados pós-campanha ajuda muito a analisar o que funcionou e a detectar falhas no processo que possam ter impactado negativamente no resultado”, lembra.

“Os gerentes aceitaram rápido e não pensam em retroceder”, comenta Silva. No final, o Sonda conseguiu economizar 40% nos custos do processo em si. “Mas o maior ganho foi no aumento de venda pela melhor qualificação dos itens. Isso traz uma confiança enorme ao consumidor, que não precisa decifrar o rótulo do produto”, diz.

Raymond explica que a plataforma usa um sistema de “clusterização” por meio de dados georreferenciados que caracterizam em detalhes a área geográfica de influência da loja e seu público-alvo. “Isso permite a uma rede operacionalizar a comunicação de forma distinta em cada loja, inclusive por produto, diferenciando o preço de acordo com a demanda local”, diz.

 

Ofertas relâmpago e seus templates

Guilherme Raymond, da Smarket Solutions

“O varejista define o produto e o preço de uma promoção e o sistema já indica, entre vários modelos de cartazes, aquele mais adequado. Quando a loja acessa a plataforma, é comunicada da campanha a ser feita e tem o modelo pronto em arquivo pdf que pode ser impresso em um clique”, conta Raymond. Segundo ele, uma vantagem é que a ação já tem tudo acertado, desde a negociação do item com o fornecedor até o prazo de vigência.

A plataforma da JUI também detecta mais rápido as maiores tendências de vendas. Como o waffle, que bombou no começo da pandemia. “Não dá para olhar só para preço! Chamar a atenção para ele no tempo certo acelera as vendas”, comenta Claudia.

E, nas “ofertas do dia”, o cartazeamento tem função essencial. No cartaz de uma oferta relâmpago, Claudia sugere usar expressões mais chamativas, como “só hoje”. “O padrão que se tem nos cartazes é uma das grandes perdas do cartazista, porque a atenção fica mais dispersa. Para não complicar a vida do varejista, criamos uma árvore de templates que devem ser adotados, com bibliotecas baseadas em ações (benefícios, oferta relâmpago etc.). Isso exige ter uma impressora, mas fica muito mais barato que pagar o cartazista”. O Sonda, por exemplo, adquiriu as máquinas via contrato de outsourcing, barateando ainda mais o orçamento.

Claudia revela que está testando com clientes outras estratégias. A mais recente é cartazear com base no período do dia – a ideia é agir no que venderia mais para quem vai ao supermercado em algum momento específico do dia, como tarde da noite, por exemplo.

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