Da Redação
Nesta terça-feira, 14, o plenário do CNJ, em mais uma iniciativa para fortalecer a participação da mulher na sociedade e no Poder Judiciário, aprovou a criação de uma resolução para estabelecer a aplicação do Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero em todos os ramos de Justiça e regiões do país. Até então, o protocolo existente era uma recomendação aos tribunais.
Lançado em outubro de 2021, o protocolo fomenta a adoção da imparcialidade no julgamento de casos de violência contra mulheres evitando avaliações baseadas em estereótipos e preconceitos existentes na sociedade e promovendo postura ativa de desconstrução e superação de desigualdades históricas e de discriminação de gênero.
A ação, relatada pela conselheira Salise Sanchotene, também converte o grupo de trabalho instituído pela portaria CNJ 66/18 em comitê nacional para elaboração de estudos, análise de cenários e promoção de eventos de capacitação e diálogo com os tribunais sobre o cumprimento da resolução CNJ 255/18, que instituiu a Política Nacional de Incentivo à Participação Institucional Feminina no Poder Judiciário.
Durante sua fala, a relatora destacou que muitos juízes não têm aplicado o protocolo como deveriam e pontuou que, como era até então uma recomendação, o CNJ não poderia cobrá-los. Ela disse ainda que os tribunais não estão dando capacitação nessa matéria.
Segundo Salise, aprovando uma resolução, é possível ter um controle mais efetivo do que está sendo feito em cada tribunal, permitindo que as mulheres sejam tratadas de forma digna quando fazem parte de um processo.
Conselheira Salise Sanchotene.(Imagem: Ana Araújo/Agência CNJ)
A decisão foi unânime.
Processo: 0001071-61.2023.2.00.0000
Comentários