No varejo supermercadista, atrair o consumidor em meio a tantas marcas concorrentes é um dos principais desafios para a indústria. Mas, diferente das gôndolas tradicionais, a decisão de compra de produtos congelados é feita com base em variáveis que influenciam diretamente no comportamento do consumidor, como a temperatura baixa do ambiente e a barreira física das portas de vidro, por exemplo.
Para Artur Motta, coordenador do MBA em marketing e master custom class mentoring da ESPM, além da porta de vidro e da sensação térmica, existe outro aspecto desta parte da loja que contribui para uma experiência não tão boa para o consumidor. “Ao fechar a porta dos freezers, o vácuo deixa o vidro embaçado, dificultando a visualização e a aquisição de produtos adicionais. A sensação térmica faz com que a compra nesta área seja rápida e, muitas vezes, por impulso. Sem contar o espaço limitado das gôndolas congeladas que amplia a disputa entre as marcas”, alerta Motta.
Luciano Borges, diretor comercial da Marfrig para a América do Sul, afirma que a marca busca se diferenciar no setor de congelados dos supermercados a partir do posicionamento estratégico dos produtos, materiais de ponto de venda, ações de fidelização e parcerias com fornecedores locais. “O mercado de congelados é altamente competitivo, com diversas marcas disputando a atenção dos consumidores. Alguns produtos congelados podem ter sazonalidade, o que exige uma gestão eficaz de estoque e promoções sazonais. Garantir a qualidade dos produtos congelados, desde a fabricação até a exposição no PDV, é um desafio logístico”, diz.
Marcas fora do freezer
O executivo da Marfrig acredita que a variedade de opções de produtos congelados de alta qualidade é essencial para atrair e reter clientes, mas também representa um desafio em termos de produção e distribuição. “Esses desafios nos exigem estratégias sólidas, investimentos em pesquisas de mercado, inovação e tecnologia. Tudo isso impulsiona o setor de congelados para um futuro mais eficiente, conveniente e personalizado”, projeta Borges.
De acordo com Raquel Hadler, coordenadora do curso de graduação em Administração e professora de marketing e comunicação da Universidade Presbiteriana Mackenzie, para se diferenciar dos concorrentes no setor de congelados dos supermercados, as marcas precisam sair do freezer. “A tecnologia pode impactar a experiência do cliente na área de congelados levando informações sobre o produto usando aplicativos, terminais de autoatendimento ou sinais via Bluetooth no PDV. A realidade aumentada também é interessante para produtos congelados por possibilitar a visualização dos produtos prontos, trazendo detalhes como tamanho, textura, dentre outros”, finaliza.
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