25 de janeiro, 2025

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Custo de vida tem maior impacto para as classes baixas com alta na energia elétrica, aponta FecomercioSP

Foto: evening_tao - br.freepik.com

O Índice de Custo de Vida por Classe Social (CVCS), divulgado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), apontou alta de 0,62% em outubro. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice registra avanço de 4,56%. As classes de menor renda (D e E) foram as mais impactadas, com variações de 0,69% e 0,73%, respectivamente, enquanto para a classe A houve expansão de 0,53% .

Dentre os fatores que mais contribuíram para a elevação, destaca-se o aumento de 6% na energia elétrica, causado pela mudança na bandeira tarifária para o patamar vermelho 2. O impacto para a habitação foi relevante, com variação de 1,55%, correspondendo a mais de 90% da alta geral no mês, ao lado de alimentação e bebidas.

De acordo com a FecomercioSP, essa aceleração do CVCS era esperada em decorrência do aumento da tarifa da energia elétrica — porém o regresso, em novembro, para a bandeira amarela, acabou favorecendo o cenário das famílias. A inflação segue controlada, com altas concentradas em itens específicos e sem avanço generalizado.

No setor de alimentos, as carnes lideraram as pressões inflacionárias, com alta média de 7,5%. Cortes como acém (11,4%), músculo (10%) e costela (9,4%) apresentaram as maiores elevações, reflexo do período de entressafra. Em contrapartida, outros itens essenciais, como feijão (-0,4%), cebola (-12,9%) e pão francês (-0,3%), registraram queda, amenizando parcialmente o impacto.

Já na saúde, o aumento foi de 0,56%, puxado por reajustes em convênios (0,5%) e produtos de higiene pessoal (0,81%). Por outro lado, os transportes apresentaram deflação de 0,30%, com quedas expressivas nas passagens aéreas (-14,7%) e no etanol (-0,4%), beneficiando especialmente lares de menor renda.

No acumulado de 12 meses, as classes D e E lidaram com os maiores avanços no custo de vida, com 4,57% e 4,56%, respectivamente. Já a classe A testemunhou variação de 4,43%, refletindo menor exposição às oscilações nos preços de habitação e alimentação.

O Índice de Preços no Varejo (IPV), por sua vez, apontou alta de 0,68% em outubro, acumulando 3,84% nos últimos 12 meses. O grupo de alimentação e bebidas foi o principal responsável pelo avanço, com alta mensal de 1,96%. Por isso, as classes mais baixas sentiram o encarecimento dos preços dos produtos de forma mais intensa.

No segmento dos serviços, o Índice de Preços de Serviços (IPS) avançou 0,57%, acumulando 5,33% em um ano, com destaque para habitação (1,79%). Essa contribuição potencializou o avanço no acumulado anual (5,95%).

Nota metodológica CVCS

O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços, e o IPV, 181 produtos de consumo.

https://www.fecomercio.com.br/

 

 

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