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As startups tiveram seu “boom” no Brasil há poucos anos, e viraram tema recorrente para empreendedores das mais variadas frentes. Apesar do surgimento de diversas startups brasileiras – algumas delas virando “unicórnios”, ou seja, startups bilionárias – ainda é bastante comum que o conceito de startup fique de certa forma nebuloso para alguns empreendedores. “Afinal, o que difere a minha empresa de uma startup?”, essa é uma das perguntas.
O que torna uma empresa uma startup é, inicialmente, um modelo de negócios escalável, ou seja, quando um negócio é apto a atender uma crescente demanda mantendo a qualidade e sem incorrer em aumento de custos, ele é uma startup. Além disso, uma startup surge a partir de uma tendência ou da identificação ou descoberta de uma solução inovadora. São empresas que trazem características como a capacidade de crescimento rápido, agilidade ou utilização de tecnologia em um produto, serviço ou solução com potencial de impacto significativo.
O Brasil é um país inovador por natureza. Ter que encontrar alternativas criativas para lidar com problemas complexos torna o país um terreno muito fértil para as startups, mesmo em cenário de crise. Segundo uma pesquisa da McKinsey, 47% das startups latinas crescem mais de 90% ao ano, e para 84% do total de startups da região, crescer é prioridade número um.
Nesse contexto, as tech startups brasileiras – startups focadas primordialmente em tecnologia para a resolução de problemas – crescem e ampliam presença buscando não só a sustentabilidade financeira, mas também um propósito, uma disrupção com intenção.
O que são as tech startups?
Além de todas as características de uma startup, as tech startups visam a criação de serviços ou produtos que utilizem a tecnologia como base principal para causar impacto positivo e resolver problemas.
Elas podem ser divididas em mais de 20 segmentos de atuação. Segundo dados da Statista, 7,1% das startups do mundo operam no setor de Fintech, seguidas pelas Healthtechs, com 6,8%, Inteligência artificial, com 5,0%, Jogos, com 4,7%, Adtech, com 3,3%, e Edtech, com 2,8%. Embora não existam dados totalmente precisos sobre a distribuição, fica evidente que as startups modernas gravitam em torno da Internet e das tecnologias digitais. Além das líderes – fintechs e healthtechs – o Brasil tem experimentado o crescimento de greentechs, como as energytechs, e startups de tecnologia em comunicação.
Uma fintech é uma startup que utiliza tecnologia para trazer inovação e transformação para os serviços financeiros, conectando a expertise financeira com soluções tecnológicas avançadas. Os exemplos mais conhecidos são os bancos digitais, como o Nubank.
É também o caso da Lina OpenX, fintech que nasceu em 2019 com o objetivo de construir soluções voltadas ao novo ecossistema de compartilhamento de dados e transações financeiras implementado a partir da regulamentação do Open Finance pelo Banco Central do Brasil. “Nós temos como meta facilitar a transformação digital em um segmento tão tradicional. Além disso, nós atuamos com algo que é muito novo e que ainda está em desenvolvimento no Brasil e no mundo, que é o sistema de Open Finance”, explica o CEO da fintech, Alan Mareines.
As healthtechs têm como foco a transformação e inovação no setor da saúde, buscando novas formas de diagnosticar, cuidar e tratar os indivíduos com soluções mais eficientes e personalizadas, conforme necessidades específicas.
“Nós trabalhamos com tecnologia proprietária. Temos duas plataformas próprias, que potencializam tanto os resultados com as crianças quanto otimizam o trabalho do corpo clínico, além de trazer suporte para as pessoas cuidadoras”, explica o CEO e fundador da healthtech Genial Care, Kenny Laplante. Fundada em 2020 pelo norte-americano, a empresa tem foco em utilizar a tecnologia para trabalhar de forma multidisciplinar no cuidado e evolução de crianças autistas e suas famílias, com o compromisso de criar ferramentas para ajudar no desenvolvimento de crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista) e capacitar e apoiar pessoas cuidadoras nessa jornada.
O Brasil tem visto um importante crescimento de startups no setor de energia, sobretudo em energias renováveis e gestão inteligente da energia. Este segmento também foca na utilização da tecnologia para facilitar o acesso à energia e proporcionar soluções mais assertivas e sustentáveis.
“O que buscamos é democratizar o acesso à energia limpa no país. Nosso objetivo é atender os consumidores com energia renovável e mais barata de forma descomplicada”, ressalta o CEO da Juntos Energia, José Otávio Bustamante.
A startup, fundada em Minas Gerais, foi a primeira do país a conseguir conectar usinas às redes das concessionárias, lançando o modelo de energia compartilhada. A energytech promove uma cadeia produtiva de ganhos, gerando renda para pequenos produtores de energia em zona rural e áreas urbanas. Além de atuar na prestação de serviços B2B e B2C, a empresa também oferece serviços B2B2C, para que empresas possam criar, de forma white label, seus próprios serviços de energia para ofertar para suas bases de clientes ou trade.
Commtech
O termo CommTech é uma abreviação de “Communications Technologies”, que em português significa “Tecnologias de Comunicação”. Ou seja: são empresas que têm como principal pilar a aplicação da tecnologia para soluções de comunicação.
“Desenvolver ideias e inovar a partir de um contexto constantemente analisado. Saber onde os clientes estão, para construir conexões reais e aprender com os resultados e sempre melhorar. A tecnologia não é o fim, é apenas o meio”, explica o CEO da IDK, Eduardo Augusto. A empresa é a primeira CommTech do Brasil e tem como principal objetivo resgatar o valor da comunicação e do branding, mas baseados em dados, análise e informações concretas.
A foodtech mais famosa do país é o iFood, mas as soluções tecnológicas em alimentação não se restringem aos aplicativos de entregas de refeições. A tecnologia nesse setor também serve para romper outras barreiras, como a difícil logística de entrega de alimentos frescos e gelados.
“Nosso e-commerce tem como foco a venda de leite fresco, que leva menos de 48 horas do momento da produção até a casa do cliente, seguindo o conceito “da fazenda direto para sua mesa”. Nós acreditamos que a experiência de se consumir um alimento próximo à produção é outra, e por isso investimos continuamente em nossa tecnologia proprietária. Temos convicção de que a relação do consumidor direto com a indústria auxilia diretamente a reduzir o desperdício da cadeia de produção, impactando positivamente no meio ambiente e auxiliando no combate à fome”, destaca Einat Eisler Carasso, CEO da foodtech Freshmania.
Além dessas classificações, existem mais modelos de tech startups, como edtechs (de educação), HRtech ou RHtech (de recursos humanos), Proptech ou Imobtech (de imóveis), Fashiontech (de moda), entre diversos outros. Cada vez mais soluções surgem, buscando proporcionar inovação e, claro, lucratividade.
O estudo da McKinsey mostra que o caminho de crescimento das startups é acelerado, mas alcançar a lucratividade é uma tarefa um pouco mais árdua. Segundo o levantamento, três em cada dez startups ainda rodam no vermelho, sem lucro, mesmo quase uma década após seu lançamento. Porém, o melhor uso da tecnologia com maior eficiência em TI é prioridade para 49% das startups, mostrando que o caminho é a tecnologia.
Com informações da Temma Agência 03/08/2023
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