Perto de encerrar o seu ciclo de turnaround, período que incluiu a venda das participações no Éxito e na CNova, o GPA voltou a entrar na lista de ações cobertas pelo Itaú BBA. O banco, porém, não está tão otimista com as perspectivas para a companhia, e retomou a cobertura sem recomendar a compra para a papel, ao classificar a empresa como “marketperform”, o equivalente a uma posição neutra.
Os analistas liderados por Thiago Macruz escrevem que o processo de reestruturação que a dona dos supermercado Pão de Açúcar vem realizando, que incluiu também um aumento de capital de cerca de R$ 700 milhões concluído em março, melhorou de forma substancial a sua estrutura de capital.
No entanto, mesmo sabendo que a companhia tem uma marca forte e boa presença em canais digitais, os avanços na alavancagem operacional são mais lentos, impactados ainda pelos juros altos, o que deve levar a companhia a amargar prejuízos pelo menos até 2025.
O BBA estima prejuízo líquido para o GPA de R$ 745 milhões em 2024 e uma diminuição das perdas para R$ 206 milhões em 2025. No ano passado, a empresa teve lucro líquido de R$ 85 milhões. Para receita líquida, o banco projeta 18,8 bilhões em 2024 (uma queda em relação aos R$ 19,2 bilhões de 2023), mas com avanço de R$ 20 bilhões para 2025.
Loja do Pão de Açúcar: Itaú BBA estima receita líquida de R$ 18,8 bilhões para o GPA em 2024 — Foto: Divulgação
Nesse cenário, os analistas veem pouca sustentação para as ações do GPA, até que as operações comecem de fato a melhorar. A estimativa de preço-alvo para o final de 2024 é de R$ 3,70, potencial de alta de 19% sobre o fechamento de quarta-feira (29). Por volta das 12h, o papel caía 1,93%, cotado a R$ 3,05.
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