Notas & Informações, O Estado de S. Paulo
As concessões, pelos bancos, de crédito no segmento livre para empresas e pessoas físicas voltaram a cair em maio, com redução de 3,6% em relação ao mês anterior, de acordo com o Banco Central (BC). Abril havia registrado queda bem maior, de 28,3%. No acumulado de 12 meses até maio, porém, há crescimento de 12,3%.
O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, disse que as linhas de financiamento para pessoas jurídicas continuam a ter forte demanda, mas reconheceu que “as concessões se reduziram em maio”. Rocha ressalvou que, ainda assim, o volume concedido no mês é maior do que o registrado nos meses anteriores ao surgimento da pandemia. Quanto à redução dos saldos de diversas modalidades de crédito para pessoas físicas, ele atribuiu à retração do consumo das famílias.
A crise gerada pela pandemia, que exigiu o isolamento social e a redução ou a suspensão de atividades econômicas, impôs novas e grandes necessidades financeiras para empresas e famílias. Medidas especiais de aumento de oferta de recursos para empréstimos foram tomadas logo no início da crise, mas muitas empresas, sobretudo as de menor porte, se queixaram de dificuldades de acesso a esses financiamentos. Há pouco, novo conjunto de medidas foi anunciado pelo BC, voltadas especialmente para esse tipo de empresa e também para as pessoas físicas.
Em maio, as concessões de créditos para pessoas físicas subiram 3,3%, alcançando R$ 125,7 bilhões, mas no caso das empresas as concessões diminuíram 9,4%, para R$ 139,1 bilhões, daí o resultado negativo para o mês na soma dessas duas modalidades.
A boa notícia vem do lado dos juros. A taxa média no crédito livre caiu de 31,3% em abril para 29,5% ao ano em maio. Das principais linhas destinadas a pessoas físicas, elas passaram de 34,7% pra 33,3% ao ano no crédito pessoal e de 119,6% para 117,1% no cheque especial. Em pontos porcentuais, a queda mais notável, de 10,3 pontos, foi no juro médio cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito. Mas essa continua a ser a mais cara, proibitivamente cara, de todas as modalidades de crédito. A taxa passou de 337,7% para 303,4% ao ano.
O endividamento médio das famílias (total de dívidas como porcentagem da renda em 12 meses) ficou estável. Também não mudou a inadimplência média.
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