As restrições de deslocamento da pandemia ajudaram a valorizar os mercados de bairro, que hoje atraem consumidores mais assíduos e fiéis e que aceitam pagar pela conveniência, conforme demonstrou uma sondagem realizada pelo Sincovaga (Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo) com consumidores da capital, na primeira semana de setembro.
Todos os entrevistados afirmaram frequentar os mercadinhos de bairro, porém, com o fim da pandemia, 38% deles passaram a ir com mais frequência, enquanto 40% disseram não ter havido alteração. Já em relação ao tamanho das compras, 40% disseram comprar menos itens por vez hoje em dia. O trunfo desse tipo de loja é justamente a proximidade, seja com o domicílio ou com o trabalho do cliente, segundo 87% dos consumidores consultados, vantagem seguida de longe pelo preço (6%), atendimento e promoções, com 1% das respostas cada.
“As compras no próprio bairro, de forma geral, ou permaneceram iguais ou aumentaram após a pandemia, porque as restrições ‘apresentaram’ o mercado de bairro aos consumidores e vice-versa. Aqueles estabelecimentos que souberam se aproveitar disso, seja pelo uso da tecnologia ou com melhor atendimento, estão tendo reflexos duradouros”, explica Fábio Pina, assessor econômico do Sincovaga e responsável pelo levantamento.
Entre as classes de produtos mais procuradas nos mercadinhos, 49% dos consumidores indicaram itens básicos (arroz, feijão e farinha), seguidos por pães e massas (39%), laticínios e iogurtes (25%), carnes (24%), higiene e limpeza (20%), bebidas (19%) e mercearia (15%).
“O fato de ir mais vezes e comprar quantidades menores é reflexo da volta das pessoas às suas rotinas, com mais refeições fora de casa, do desejo de experimentar produtos e marcas e até mesmo diminuir o desperdício”, destaca Pina. “A conveniência tem um custo que se paga pela proximidade, pois no caso dos itens básicos, a variação de preço costuma ser menor. Já produtos de higiene e limpeza, mais caros, podem ser adquiridos eventualmente, em uma compra maior, em locais que ofereçam preços melhores, como o atacarejo”, diz o especialista.
Quando não estão comprando nos mercados de bairro, dois tipos de formatos de varejo disputam de forma acirrada a preferência dos consumidores: o atacarejo (41%) e os supermercados (40%), seguidos pelos hipermercados (15%) e supermercados online (3%). Na sondagem realizada em abril, a preferência se dividia entre hipermercados (29%), supermercados (24%) e mercearias (3%), o que comprova que os mercadinhos já estão atraindo clientes de outros tipos de equipamentos do varejo.
A sondagem também consultou os consumidores sobre a expectativa em relação à economia em 2023. Do total, 48% esperam melhorar, enquanto 24% acreditam que ficará igual. Outros 28% não têm esperança de que a situação econômica do país irá melhorar este ano.
Thais Abrahão – Presstalk Comunicação
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