A penetração dos atacarejos cresce anualmente. Em 2024, até o momento, 7,5 a cada 10 lares compraram em lojas do formato. Por região, a Grande São Paulo é o destaque com 87% de penetração. Em seguida está o Centro Oeste com 84% e o Nordeste com 80%. Os dados são do levantamento “Adaptação e novos caminhos para o Atacarejo” produzido pela Nielsen, e tem como objetivo trazer um panorama geral do modelo no Brasil.
Esse salto no modelo de negócio acompanha a rápida expansão, que ganhou ainda ainda mais força durante a pandemia. Para efeito de comparação, entre 1990 e 2006 foram abertas 133 atacarejos. Já entre 2018 e 2023, um período de cinco anos, foram 878.
Agora, com mais de 2.000 estabelecimentos, o formato caminha para sua consolidação, dependendo menos da expansão para manter o ritmo de crescimento. Isso se evidencia pela queda no número de inaugurações de marcas como Assaí e Mix Mateus, mas também com o aumento gradativo na contribuição das mesmas lojas para o crescimento do formato.
Em 2023, a contribuição de mesmas lojas cresceu 5% em relação ao ano anterior. Já em 2024, o crescimento tem evoluído por trimestre no comparativo ano a ano: +8% no 1º tri, +22% no 2º tri e + 33% no 3º tri.
Atacarejos já representam 50% das vendas do varejo alimentar
Nos últimos dois trimestres metade das vendas em valor no varejo alimentar foram do modelo de cash & carry, e dependendo da região esse percentual é ainda mais expressivo. No Centro Oeste, por exemplo, as vendas em valor entre janeiro e setembro representaram 76,2% do total do setor. Já no Nordeste, esse percentual foi de 68,1%.
Expansão de serviços
O formato também tem expandido seus serviços e consequentemente seu mix. Para se ter uma ideia, houve um aumento de 18% em relação a 2021 nos itens disponíveis. Em relação às categorias, as bebidas, perecíveis frescos e FLV são os destaques com os maiores crescimentos na comparação ano a ano dos primeiros 9 meses.
Um exemplo é o Atacadão, do Grupo Carrefour Brasil, que no terceiro trimestre teve um aumento de 88,75% dos serviços em suas unidades. O maior varejista do país ainda pretende fechar o ano com 157 lojas com padaria, açougue e fatiados – algo que representa um pouco mais de 40% do número atual de unidades da bandeira.
De modo geral, o açougue já está presente em 55% dos atacarejos do Brasil. A padaria e a adega em 30%, o hortifrúti em 98% e os self-checkouts em 13%.
Mudanças nos consumidores
Essa ampliação de serviços também trouxe mudanças nos consumidores do canal. As classes A e B são as mais representativas quando o assunto é gasto médio. Porém é a classe C que apresentou a maior frequência de visitas e tem a maior parte de lares compradores no formato. Já as classes D e E são as únicas que apresentaram aumento no tíquete médio (+6,7%).
Em relação às missões de compra, as de abastecimento ainda são as mais representativas. Porém, as compras com essa missão tiveram o menor crescimento (+8%). Por outro lado, as missões de reposição e de emergência aumentaram 24% e 22%, respectivamente.
Os atributos que mais atraem os consumidores para essas lojas também mudaram neste ano. Em primeiro lugar estão os bons descontos e promoções, em seguida a localização (fácil de chegar), e em terceiro – e pela primeira vez – loja espaçosas. O bom custo-benefício e o ambiente agradável também foram citados.
Comentários