09 de outubro, 2024

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O poder das redes sociais no processo de compra

As redes sociais têm se estabelecido como uma força poderosa no mundo do varejo, moldando cada vez mais as escolhas de compra dos consumidores. Segundo pesquisa recente conduzida pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em colaboração com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Offerwise Pesquisas, entre as formas de comunicação que ativam a venda, 38% dos consumidores afirmam ter sido impactados por propagandas ou anúncios na internet, enquanto 30% foram influenciados por indicações de amigos. Além disso, 26% já acompanhavam o especialista ou empresa nas redes sociais, e 14% participaram de lives no Instagram.

Para entender melhor sobre essa influência do poder das redes sociais no processo de compra dos usuários e quais estratégias as empresas podem adotar, conversamos com Guga Schifino, diretor da Linx/Grupo StoneCo. Segundo o executivo, precisamos entender que estamos vivendo uma mudança muito forte de comportamento de consumo, em que a compra é majoritariamente física.

“Temos aqui no Brasil 88% dos produtos sendo vendidos dentro do varejo físico, mas a pesquisa é digital. 82% de tudo que é vendido no varejo físico é influenciado pelo digital de alguma forma: porque a pessoa viu no site, viu na rede social ou recebeu a recomendação de um amigo. Isso significa que o Digital é muito importante para o cliente ter a descoberta de novos produtos”, conta Schifino.

Quanto aos benefícios para as empresas ao aproveitar os engajamentos nas redes sociais nas estratégias de marketing, Schifino enfatiza a importância de saber que cada rede se comporta de maneira diferente. “Quando falamos sobre rede social, precisamos destacar que este foi o primeiro ano que o vídeo foi o tipo de conteúdo mais consumido no Instagram e no TikTok, mais do que foto. Então, a marca que investe em foto vai ter um grande problema porque está deixando de aproveitar 52% da audiência que poderia ter”, alerta.

Além disso, ele ressalta a importância do boca a boca como uma poderosa ferramenta de persuasão, contribuindo significativamente para as vendas. “32% das compras são via recomendação. Para essa estratégia dar certo, o varejista precisa tratar muito bem o cliente, ter um atendimento e um produto de qualidade, que incentive a recomendação. Esse é o pilar central no varejo”, completa.

Member get member

Para incentivar as indicações de amigos nas redes sociais, Schifino cita a importância de oferecer um excelente produto e atendimento, incentivando assim a recomendação orgânica. Estratégias como programas de “member get member” podem ser eficazes para estimular as interações positivas entre clientes e aumentar o alcance da marca.

“Essa é uma estratégia para incentivar que as pessoas recomendem uma empresa ou uma marca em rede social, para incentivar que as pessoas interajam. Para que essa estratégia dê resultado, as marcas podem usar suas redes sociais para fazer perguntas para a comunidade e para ouvir seus clientes”, pontua o executivo.

Na linha da indicação, medir o impacto dessa influencia de amigos e do engajamento nas redes sociais pode ser desafiador, mas Schifino sugere métodos como pesquisas junto aos clientes e correlação de dados para entender melhor o comportamento do consumidor.

“Tem várias ferramentas digitais que ajudam no “member get member”, em que o cliente cadastra o e-mail do amigo para tanto ele quanto o amigo indicado ganharem um desconto. Para fazer essa medição, basta saber se o e-mail que o cliente cadastrou comprou na loja ou no e-commerce. Então, os dois jeitos seriam: por meio de dados e monitorando a compra ou por meio de pesquisa, perguntar ao cliente como ele descobriu aquele produto ou a loja”, finaliza.

Uso de influenciadores

Sobre a identificação e cultivo de relacionamentos com influenciadores, o diretor da Linx/Grupo StoneCo destaca a necessidade de escolher os profissionais certos, alinhados aos valores da marca. Ele enfatiza a crescente relevância dos microinfluenciadores, que muitas vezes têm um engajamento ainda maior do que os influenciadores tradicionais.

Entretanto, é necessário ter cuidado na hora de escolher o influenciador da marca, já que ele passará a representar a empresa. “Ele precisa ter os valores da marca. É um erro achar que um influenciador legal vai alavancar as outras estratégias de marketing. Hoje, a influência é relevante, mas representa 14% da venda de um varejista, ou seja, 86% das vendas não vêm disso, e outro erro é apostar todas as fichas no marketing de influência”, alerta.

Em resumo, as redes sociais desempenham um papel vital no processo de compra dos consumidores, e as empresas que souberem aproveitar esse poder terão uma vantagem significativa no mercado atual.

 

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