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O poder do voto consciente

Praça dos Três Poderes, em Brasília, vista a partir do Palácio do Planalto – Pedro Ladeira – 11.mai.16/Folhapress

É o momento de refletir sobre os futuros governantes

 

11.set.2018

É raro o dia em que os meios de comunicação não abram espaço para um novo escândalo de corrupção no país. Do Chuí às cabeceiras do rio Oiapoque, na fronteira do fim do mundo, a onda de insatisfação popular é enorme em relação aos políticos tradicionais, cuja imagem está muito desgastada.

Para piorar, especialistas acreditam que os resultados das eleições deste ano podem frustrar os eleitores esperançosos em renovação no cenário político nacional. Dizem que nosso sistema eleitoral é pouco permeável a mudanças e que vai prevalecer, infelizmente, o velho jogo que favorece a quem tem mais dinheiro. Diante desta amarga expectativa, acuado por ondas abissais de insegurança em mares tenebrosos de dúvidas, o povo brasileiro parece não acreditar mais numa saída que o conduza a um porto seguro. Será isso mesmo?

As eleições estão às portas. A campanha começa a deslanchar nos quatro cantos do país. Este é o momento de fazermos uma profunda reflexão sobre os futuros governantes do país. Repito: neste mar tenebroso de insegurança, marcado por sucessivos escândalos de corrupção, só vejo uma saída para o eleitor se safar do iminente naufrágio: o voto consciente.

O sufrágio secreto, universal, é um direito de todo cidadão brasileiro, conforme estabelece a Constituição Federal de 1988. Cabe a nós, eleitores, o importante papel de decidir no voto o futuro político e social de nossa nação. É fundamental que o eleitor bote na cabeça o seguinte: quando estiver diante da urna eletrônica, lembre-se dos chacais que vivem destruindo os sonhos de todos nós brasileiros.

No exercício da soberania popular, em raros momentos em que todos somos iguais, independentemente de raça, sexo, condição financeira, credo, classe ou grupo social, o voto consciente é o instrumento poderoso que pode trazer mudança política e social para todo o Brasil. Em qualquer nação civilizada, onde haja democracia, o papel do eleitor é primordial. Não podemos mais vacilar. É preciso melhorar a política, fortalecer as instituições, a economia, e criar mecanismos de apoio ao setor público para que ele tenha mais qualidade e preste bons serviços ao cidadão.

Antes de escolher o candidato de sua preferência, o eleitor deve se informar a respeito do seu perfil, de sua ideologia, de seu caráter e, acima de tudo, do seu passado. O eleitor não pode, por hipótese alguma, se deixar iludir com promessas mirabolantes de candidatos que aparecem como salvadores da pátria.

Refletir sobre a vida do candidato, antes de votar, é uma decisão sábia que precisamos tomar.  O eleitor não pode esquecer que diante da urna ele é um cidadão livre, poderoso, e que o seu voto consciente poderá trazer transformações importantíssimas para o Brasil. Nas últimas três décadas, não tenho a menor dúvida, estas serão as eleições mais relevantes do país.

É chegado, pois, o momento da retomada de confiança. É preciso que tenhamos força e coragem para tirar o Brasil do calabouço de uma crise moral que parece não ter fim. Na economia, vivemos também uma situação dramática, com milhões de brasileiros desempregados. A saúde, a educação, a segurança, tudo precisa de um novo eixo para que as coisas andem. Aí eu pergunto: tem como o Brasil se ver livre dessas amarras? Claro que sim. A reconquista da credibilidade só depende de nós. Cabe a cada um de nós decidir, nas próximas eleições, qual candidato merece ser eleito para os cargos de presidente da República, governador, senador, deputado federal e deputado distrital, no caso aqui de Brasília.

A importância do voto consciente me faz lembrar figuras memoráveis como Theodore Roosevelt (1858-1919), ex-presidente dos Estados Unidos. Ao falar sobre o assunto, ele ressalta: “Um voto é como o rifle: sua utilidade depende do caráter de quem usa”. Já o líder negro Martin Luther King (1929-1968), outra personalidade importante da história, nos alerta: “Hoje é sempre o dia certo, de fazer as coisas certas, da maneira certa. Depois será tarde”.

De minha parte, acredito ainda que as próximas eleições trarão respostas concretas e objetivas para que o país não se transforme no Titanic e afunde para sempre no abismo  da corrupção.

Petrus Elesbão

Presidente do Sindilegis (Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas da União)

https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/

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