03 de novembro, 2024

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O que a Carrefour Flash tem a ensinar para as lojas autônomas

Por Mariana Missiaggia

Quem já entrou em lojas que no Brasil se autointitulam como autônomas e sem atrito, sabe bem que essa experiência ainda que tecnológica, pode ser um tanto trabalhosa. Baixar um aplicativo, preencher um cadastro ou passar por algum tipo de reconhecimento, como o facial, é o mínimo que qualquer loja desse formato impõe aos consumidores.

Além disso, problemas com pagamento, sistema fora do ar, disparidades entre os produtos comprados e os registrados muitas vezes se tornam impedimentos para que a compra seja finalizada.

Em seu mais recente lançamento, o Carrefour parece ter prestado atenção nisso. A abertura de sua primeira loja autônoma, a Carrefour Flash, na 11 Avenue Parmentier, em Paris, na França, no final do último ano, propõe ao consumidor um mercado conectado para comprar em 10 segundos e pagar em 10 segundos.

A proposta de um modelo de conveniência com a experiência de última geração surgiu por meio de uma parceria com a startup americana AiFi, especializada em tecnologia para varejo.

A nova loja foi instalada num pequeno ponto de venda – 50 metros quadrados -, e quatro funcionários monitoram a operação, abrem e fecham o estabelecimento e o mantém organizado, gerenciam seus novos serviços, incluindo o modelo de clique e retire, além de aconselhar clientes.

Hoje, 900 produtos estão disponíveis em uma tecnologia projetada para fornecer aos clientes a experiência de compra mais rápida e acessível de todos os tempos.

O conceito FLASH 10/10 (10 segundos para compras e 10 segundos para pagar) promove uma jornada que não envolve a necessidade de leitura de produtos e permite pagamentos quase que instantâneos. Nele, não há necessidade de baixar aplicativo, fazer cadastros, ou passar por portais, como os instalados nas lojas da Amazon Go.

Durante a permanência dentro da loja, toda a experiência do cliente é mapeada por meio de 60 câmeras HD, cerca de dois mil sensores embutidos em prateleiras conectadas, e ainda há um algoritmo para interpretar todos os dados e um sistema de pagamento por tablet.

Os clientes são rastreados anonimamente com um avatar virtual atribuído a eles ao entrar na loja. Cada produto retirado da prateleira (e não devolvido) é detectado automaticamente e adicionado a uma cesta virtual. Ao terminarem suas compras, os clientes são direcionados aos caixas.

Ao se posicionar na área demarcada no piso em frente a cada caixa, o sistema automaticamente mostra toda a lista de compras imediatamente na tela – sem que seja necessário tirar nenhum item da sacola. Cabe ao consumidor apenas validar e realizar o pagamento. Nenhum tipo de papel é impresso, e quem deseja ter o recibo da compra pode fotografar um QR code.

UM NOVO FORMATO

Ao divulgar o formato, Elodie Perthuisot, diretora executiva de comércio eletrônico, dados e transformação digital do Grupo Carrefour, disse que a companhia busca formas de atender o desejo dos clientes que “querem poder entrar na loja com facilidade, saber o que estão comprando, pagar rápido e sair.”

De acordo com a executiva, o conceito Carrefour Flash foi testado na sede da varejista na cidade de Massy, por mais de um ano, e durante esse período foi aperfeiçoando o negócio com base no feedback dos funcionários.

Em 2018, o Carrefour iniciou testes com a tecnologia ‘Scan & Go’ no Brasil, onde os clientes podem usar seus smartphones para fazer compras e pagar. Hoje, seis lojas operam com essa opção.

Para José Pires Neto, co-fundador da fintech FortBrasil, as mudanças de hábitos dos consumidores dos últimos anos incentiva as grandes marcas a evoluírem seus processos internos.

Nas palavras de Pires Neto, a integração entre o mundo físico e o on-line é o que está em pauta no momento, e garante uma experiência completa, com a integração de todos os canais de contato a fim de promover uma jornada de compra satisfatória.

Meios de pagamento eletrônico instantâneo, como o contactless, seguem em alta no mercado, segundo o executivo. “Cada vez mais os clientes querem opções para pagar no físico e on-line. No presencial, o contactless tem aumentado muito a penetração sobre vendas totais – o que nos dá novos parâmetros para serem desenvolvidos em 2022”, diz.

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