19 de abril, 2024

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O vai não vai de Doria foi uma lufada de esperança para a terceira via, mas durou pouco

Eliane Cantanhêde, O Estado de S.Paulo

O Brasil estava como o diabo gosta nesta quinta-feira, 31 de março de 2022, com o presidente Jair Bolsonaro enaltecendo a ditadura militar, despejando um palavrão contra o Supremo e acolhendo na primeira fila de convidados da cerimônia de troca de ministros o deputado Daniel Silveira, que ataca e desacata a Justiça brasileira.

São pratos e mais pratos cheios para a oposição, mas elas estão muito ocupadas, se defendendo de eternas acusações, como o PT, remoendo divisões internas, como o MDB, se estraçalhando, como o PSDB, ou insistindo no “eu sozinho”, como o PDT. Com a distância entre Bolsonaro e o petista Lula afunilando no primeiro e no segundo turno, como evitar uma debandada do centro para o bolsonarismo?

João Doria abriu o dia com um artigo se despedindo do governo de São Paulo, “para iniciar nossa caminhada rumo à Presidência da República”. Seguiu anunciando a desistência da candidatura e do PSDB. No meio da tarde, desistiu da desistência e fez um longo discurso de candidato, obviamente escrito de véspera. Ganhou força ou sobrevida?

Eduardo Leite? A terceira via? A hora da verdade no PSDB resulta num toque de reunir do “centro”: PSDB, MDB, União Brasil e Cidadania. Mas o vai não vai de Doria foi uma lufada de esperança para uma união geral e durou pouco, o suficiente para alastrar as candidaturas de Leite e Simone Tebet (MDB). Sem Doria, o caminho estava aberto. Com o retorno de Doria, voltou a se fechar.

Já Sérgio Moro disse que não abriria mão para “candidato de 1%”, mas abriu mão do Podemos, filiou-se ao União Brasil e foi recebido com desconfiança pelos caciques. Ainda sonha com a Presidência, mas só lhe resta disputar uma vaga de deputado por São Paulo. Protagonista no Podemos, vira coadjuvante no UB e tenta garantir foro privilegiado, para “eventualidades”.

Gilberto Kassab está “fora de moda”, após quatro presidenciáveis baterem a porta na cara dele, e quem está “entrando na moda” é Luciano Bivar, que entregou o PSL para Bolsonaro em 2018, anulou o DEM ao fundir as duas siglas e faz qualquer coisa para ser vice. Não é descartado nem por Ciro Gomes, já que o UB tem Fundo Partidário, tempo de TV, ramificação nacional – um partidão, nesse inferno eleitoral.

Resultado: a quinta-feira foi mesmo como o diabo gosta, mas, soma daqui, diminui dali, as únicas novidades são que Moro está em busca de “novos caminhos” e que a redução da distância entre Bolsonaro e Lula gera uma sensação de urgência. O centro, ou terceira via, depende do PSDB, mas o que é o PSDB, quem representa o PSDB e qual será o candidato do PSDB? Ninguém sabe.

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