13 de outubro, 2024

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PMEs e contadores

Uma relação de confiança demanda todos os agentes da cadeia em sintonia

 

JOSÉ MARIA CHAPINA ALCAZAR •

Publicado em 22/07/19

 

Um bom contador não é somente um especialista em tributos e balanços financeiros, mas sim um profissional gabaritado para atuar no planejamento estratégico de empresas, capaz de levantar índices econômicos e financeiros decisivos para a tomada de decisão de seus clientes.

Independente do tamanho do negócio, é fundamental contar com um profissional contábil para prestar consultoria especializada em busca dos melhores resultados para o empreendimento. Sua importância é ainda maior quando a companhia está começando a entrar no mercado e o empreendedor não tem a experiência e malícia necessárias para lidar com os percalços da vida empresarial.

Pesquisa do Sebrae, feita em 2016 com 6.054 companhias, analisou a relação entre pequenas e médias empresas brasileiras e contadores e as conclusões foram surpreendentes, com exceção de uma: a que a confiança deve ser a base para uma relação produtiva entre o profissional e o empresário. Isto já é sabido pelos contadores e, embora muitos se esforcem para fortalecer este relacionamento em busca de melhores resultados, ainda há entraves que dificultam seu sucesso.

Para que tudo seja realizado de maneira eficiente, a empresa ganhe muito mais na qualidade dos diagnósticos, nas propostas de resoluções e na implementação das ações, é preciso que o contratante compartilhe informações confidenciais e planos futuros com o contador.

De acordo com o levantamento, 97% das PMEs utilizam somente serviços básicos de contabilidade terceirizada, como envio de balancetes, folha de pagamento, cuidados com obrigações trabalhistas e planejamento tributário. Já serviços de gestão, como apoio para elaboração de plano de negócios, recomendações para melhorar o negócio e relatórios de desempenho e diagnósticos são muito pouco utilizados pelos empreendedores brasileiros.

Este cenário reflete, de forma geral, o que vemos hoje no mercado. É grande a distância entre oferta e demanda por serviços contábeis e isso se deve a pouca proximidade na relação entre profissional e empresário.

O relacionamento imaturo destes empresários com contadores tem outras consequências. O profissional contábil tem um papel de pouca expressão no apoio estratégico à condução destes negócios. Isso acontece porque muitos não conseguem ter acesso a informações essenciais da empresa e consequentemente não se aprofundam em questões importantes para a tomada de decisões do dia a dia.

Por exemplo: índices de liquidez, endividamento, investimentos e rentabilidade ajudam a detectar os pontos fortes e fracos do processo operacional da pequena e média empresa. Ao interpretar estes balanços, o contador pode propor alternativas futuras para os gestores, fornecendo subsídios para o planejamento financeiro e a controladoria.

O Sebrae ainda levantou que apenas 32% dos empresários utilizam informações da contabilidade para repensar seus planos.

Para que a relação entre PMEs e contadores se firme sobre um compromisso baseado em confiança é preciso que todos os agentes da cadeia estejam em sintonia. As empresas devem enxergar os profissionais contábeis como aliados e os contadores devem vê-las como uma fonte para extrair as melhores informações a fim de valorizar o negócio e a relevância da sua atuação profissional.

 

José Maria Chapina Alcazar é sócio-fundador e presidente da Seteco consultoria contábil – chapina@seteco.com.br

https://www.dci.com.br/colunistas/artigo/pmes-e-contadores-1.817820

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