Só a livre-iniciativa e um mercado com menos tutela do Estado são capazes de gerar mais riqueza e bem-estar para toda a sociedade
Por Alfredo Cotait Neto 26 de Fevereiro de 2019
| Empresário e engenheiro, presidente do conselho de administração da Boa Vista SCPC, vice-presidente da ACSP e presidente da Facesp a partir de meados de março
Este será um ano crucial para a economia brasileira, com perspectiva de crescimento mais robusto pela primeira vez desde 2014, início da recessão. A atividade comercial – que responde por 12,7% do PIB, mais até que a indústria de transformação – é peça fundamental nesta engrenagem e, junto com a expansão do consumo, tem chance de ser um dos motores da retomada.
As vendas do varejo ampliado cresceram 5% no ano passado, como recém-divulgado pelo IBGE, e os consumidores têm demonstrado maior confiança no futuro, o que sinaliza maior disposição para comprar. É uma boa arrancada, mas só o início de uma árdua trajetória, com necessário esforço dos empreendedores, das lideranças do setor e dos governos.
O espírito do tempo conspira a nosso favor, com os governos federal, estadual e municipal compartilhando a crença de que só a livre-iniciativa e um mercado com menos tutela do Estado são capazes de gerar mais riqueza e bem-estar para toda a sociedade. Da nossa parte, não pedimos muito: o que o empresário precisa é de menos amarras para empreender.
Nosso maior entrave continua sendo o crédito. É muito mais difícil de empreender numa economia em que o custo do dinheiro está muito além do retorno médio propiciado por qualquer investimento produtivo.
Aí está, pois, uma urgente frente de ataque: taxas de juros menores, crédito mais farto e amplo, sem, contudo, repetir a fracassada e nefasta experiência dos “campeões nacionais” que marcou os governos do PT.
Entidades representativas, como a nossa Associação Comercial de São Paulo (ACSP), podem ser parceiras do governo nesta empreitada. Estamos nos preparando para conceder crédito com condições compatíveis de taxas, prazos e disponibilidade para nossos associados. O Senado ajudará muito quando concluir a aprovação do projeto de lei que disciplina a adoção do cadastro positivo de crédito no País, com as esperadas reduções do spread bancário e dos juros.
Mas nada irá adiantar se nós – comerciantes, empreendedores, empresários e prestadores de serviços – não contarmos com lideranças responsáveis, capazes e empenhadas e instituições fortes para atuar, nos representar, fazer-nos ouvidos e, sobretudo, atendidos.
É o que pretendemos fazer a partir da rede de entidades que se organizam em torno da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). Trata-se de uma sinergia poderosa, com mais de 420 associações no Estado, e que faz maior a nossa representatividade. Nossa força está na nossa união.
A ACSP já está em pleno processo de mudança e modernização, ancorado em ações responsáveis e gestão experiente, para dar a seus associados melhores condições de competir, de inovar e de fazer novos negócios, tanto aqui quanto fora do País.
Na capital, a reorganização contempla transformar nossas 15 sedes distritais numa espécie de “Poupatempo do empreendedor”, para facilitar a vida dos empresários associados, como no cumprimento de obrigações fiscais e burocráticas, e para atuar como centros de negócios que alavanquem suas atividades.
Componente importante desta equação é a inovação. Startups, novos aplicativos e novos modelos de organização estão ao alcance para agilizar transações, baixar custos e levar os negócios muito mais longe. Empreendedorismo na veia, com o sangue novo da juventude e também o entusiasmo vigoroso das mulheres.
Empresários grandes, pequenos ou micro, do comércio, da agricultura ou da indústria, profissionais liberais ou prestadores de serviços serão parte relevante da retomada em marcha no País.
Não há um palmo de Brasil onde o vigor empreendedor não esteja presente. A ACSP e a Facesp estão preparadas para fazer a parte delas, com lideranças experientes, responsáveis e capazes de estabelecer interlocução respeitada com as instâncias de decisão e dar força política à nossa representação.
O objetivo é o comum: ajudar os novos governos a trilhar o caminho da prosperidade e do bem-estar para todos.
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