05 de outubro, 2024

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Prateleiras vazias, produtos em oferta e aviso a funcionários. É o Makro mudando de dono

Darwin Valente

O Grupo Muffato pode estar muito perto de assumir o controle da unidade de Mogi das Cruzes do Makro Atacadista, localizada no bairro do Mogilar.

Quem se dirigiu ao supermercado, neste final de semana, encontrou a loja totalmente diferente. Logo na entrada, foram organizados corredores com uma série de produtos em oferta, o que chamava a atenção dos consumidores.

Na parte da frente da loja é possível encontrar produtos variados em promoção (Josupe Suzuki)

Muitas prateleiras praticamente vazias, sem a devida reposição de produtos, eram outro indício de que a hora da transição para os novos proprietários pode estar cada vez mais próxima.

Em conversa com funcionários, a informação era realmente essa. Mesmo sem se identificar, houve quem dissesse que eles já teriam sido avisados sobre a mudança de donos e que deveriam ser dispensados pelo atual empregador para, possivelmente, serem recontratados pelos futuros proprietários.

Este jornal tentou contato com os dois grupos empresariais, o que não se concretizou em razão do final de semana. Nesta segunda-feira (13), novas tentativas serão feitas pela reportagem para buscar informações oficiais a respeito dos próximos passos das negociações que já foram concretizadas entre eles.

Conforme este jornal noticiou, a loja do Makro em Mogi é uma das 16 integrantes da rede que foram vendidas para o Grupo Muffato, famosa rede paranaense de supermercados, juntamente com 11 postos de combustíveis. O grupo do Paraná, com isso, busca consolidar sua presença na região Sudeste, onde se encontram os maiores polos consumidores do País.

No primeiro contato deste jornal com a Muffato, ainda não havia sido definido o futuro da unidade mogiana da Makro. A possibilidade maior era de que a loja viesse a operar com uma nova marca, ainda não decidida.

Até então, havia certa preocupação das partes em comentar sobre o negócio, que ainda dependia de uma avaliação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão do Ministério da Justiça e Segurança Pública encarregado de avaliar possíveis efeitos danosos para o mercado, em transações envolvendo grandes grupos econômicos.

A Makro atua no segmento de comércio atacadista e varejista alimentício de autosserviço e pertence ao Grupo SHV, empresa de origem holandesa que desenvolve atividades como comércio e distribuição de GLP e GNL, serviços industriais, soluções em transporte, dentre outros. O Grupo Muffato, por sua vez, também está presente no setor de atacado e varejo alimentício de autosserviço em cidades do Paraná e interior de São Paulo, e na comercialização de combustíveis no Paraná.

Para justificar a operação, o Grupo Muffato alegou que o negócio está em linha com a estratégia de investir na expansão de suas atividades para outros estados e regiões do Brasil. Para o Makro, a compra está de acordo com o plano de concentrar seus esforços no redirecionamento de seu foco de atuação nacional.

De acordo com a legislação em vigor, a análise concorrencial de atos de concentração de determinadas operações pode ser concluída em até 240 dias, prazo que poderá ser ampliado por mais 90 dias. No entanto, esses prazos dizem respeito a grandes conglomerados empresariais. Em caso de atos de concentração enquadrados pelo Cade como sumários, exatamente aqueles negócios mais simples em relação do ponto de vista concorrencial, a decisão por sair em até 30 dias.

Tudo indica que as negociações entre Makro e Mufatto estejam incluídas nesta categoria, significando que a decisão final do Cade tem tudo para ser favorável às aquisições.

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