Editorial Econômico, O Estado de S. Paulo
A recuperação da produção industrial disseminou-se para a grande maioria das regiões. Em dezembro, na comparação com novembro, a produção cresceu em 11 dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No País, o aumento foi de 0,9% entre um mês e outro. Na comparação com dezembro de 2019, a indústria cresceu 8,2%, com aumento em 13 dos 15 locais pesquisados.
Para a CNI, PIB tem de crescer pelo menos 3%, em média, nos próximos 10 anos. Foto: Taba Benedicto/Estadão
O resultado, segundo o IBGE, mostra a ampliação do movimento de retorno gradual das unidades produtivas ao ritmo normal de atividade, depois das restrições que enfrentaram por causa das medidas de combate à pandemia de covid-19.
De novembro para dezembro de 2020, o crescimento da produção foi mais intenso no Espírito Santo (aumento de 5,4%) e no Ceará (4,7%). A produção industrial em São Paulo aumentou 3,4% nessa comparação.
No fim do ano passado, a produção industrial brasileira já havia superado em 3,4% o resultado apresentado em fevereiro de 2020, antes, portanto, de a pandemia começar a afetar duramente a vida da população e a atividade econômica. Há alguma aceleração na recuperação, pois em novembro o aumento sobre fevereiro fora de 2,6%.
São Paulo registrou em dezembro aumento de 10,2% sobre fevereiro. Outros Estados tiveram desempenho mais expressivo, como o Ceará (aumento de 13,2%), Santa Catarina (12,2%) e Amazonas (11%). Mas São Paulo teve grande influência na recuperação, pois abriga o principal parque industrial do País.
Ainda não se pode falar em recuperação plena. Como observou o gerente da pesquisa do IBGE, Bernardo Almeida, o resultado de dezembro teve a contribuição do calendário. O mês teve um dia útil mais que novembro.
Além disso, nas comparações por períodos mais longos os resultados continuam negativos. No total acumulado de 2020, a produção industrial do País foi 4,5% menor do que a de 2019.
Nessa comparação, a produção do Estado de São Paulo encolheu 5,7%. Espírito Santo, com redução de 13,9%, e Ceará, com queda de 6,1%, apresentaram resultado pior do que São Paulo. Alguns Estados conseguiram ver sua produção industrial crescer no ano da pandemia, como Pernambuco (3,7%), Rio de Janeiro (0,2%) e Goiás (0,1%).
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