O futuro do País é incerto, mas o consumidor precisa seguir como o centro da sua atenção
LEONARDO BARCI •
Publicado em 18/10/18
Estamos entre o primeiro e o segundo turno das eleições para presidente de 2018. Enquanto coloco minhas ideias no ‘papel’, olho rapidamente para o céu e, simbolicamente, vejo um dia cinza. Sem dúvida, um período desafiador para o nosso País. A despeito de toda dificuldade interna e externa, na abertura da cerimônia de apresentação dos primeiros resultados da eleição, a ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber, saúda os observadores internacionais que acompanham o evento. Não estamos sós em nosso ‘mundinho’. Concretamente, os caminhos e descaminhos, assim como as decisões de um país, interferem em outro e assim formamos uma nação mundial única, que esbarra em decisões acertadas ou não.
Assim como na política, quando falamos em relacionamento com clientes ainda estamos distantes de uma fórmula acertada e universalmente aceita que seja a “cara do Brasil”. Tentamos importar modelos e soluções que aparentemente funcionaram nos Estados Unidos, na Europa, no Oriente ou em qualquer outro local do planeta.
Não estou propondo dar um passo atrás na globalização, mas chamando a atenção para a reflexão de nosso lugar no cenário global. Somos um País criativo, bem-humorado, amistoso, sem tempo ruim, com muito amor no coração, mas ainda carente de autorresponsabilidade sobre nossas próprias escolhas. Assim, temos sido mais expectadores do que protagonistas. Somos reconhecidos, globalmente, como um povo extremamente humano e empático. Ora, se isso é verdade, então onde estão nossas soluções e proposições quando se fala em relacionamento com clientes?
Relacionamento com clientes não é algo que possamos importar e “instalar” sem ajustes. Assim, não podemos terceirizar, emprestar, alugar e muito menos comprar pronto. É possível transferir tarefas repetitivas do relacionamento, mas se isso é tudo o que temos, então há um problema de entendimento sobre o que de fato é relacionamento com clientes. É como um intercâmbio cultural, como uma viagem a um país distante. Apenas indo até lá e vivenciando o local é possível realmente ‘saber’ do que se trata.
Mais do que isso, duas pessoas podem fazer a mesma viagem e terem experiências diferentes. Relacionamento com clientes acontece de forma similar. As referências de soluções tecnológicas de prateleira e métodos comprovados devem servir apenas como suporte. A essência da relação deve ser única e exclusiva. Os clientes devem ser vistos como a oportunidade de a empresa realizar seu propósito maior.
Para encerrar, compartilho algo que ‘gritou’ em meus ouvidos durante o período de campanha eleitoral. Um candidato questionado sobre a questão dos refugiados retornou ao repórter a seguinte colocação: “Os refugiados não são, necessariamente, apenas uma questão do governo. Estamos, em primeiro lugar, falando sobre uma questão humanitária. Não podemos simplesmente terceirizar a solidariedade”.
Leonardo Barci é CEO da YOUDB e escritor
https://www.dci.com.br/comercio/relacionamento-com-o-cliente-e-as-eleic-es-1.750375
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