Diante das recentes enchentes que devastaram o estado do Rio Grande do Sul, as associações do setor supermercadista, como AGAS (Associação Gaúcha de Supermercados), APAS (Associação Paulista de Supermercados) e ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados, estão unindo forças para prestar apoio à população e aos supermercadistas afetados pela tragédia.
O Rio Grande do Sul já contabiliza 95 mortos e mais de 130 desaparecidos por conta das chuvas. Há 207,8 mil pessoas fora de casa e estima-se que mais de 1,4 milhão de pessoas já foram afetadas.
A Abras coordena a mobilização setorial em prol das famílias atingidas e, com o apoio das entidades supermercadistas estaduais, busca identificar as principais necessidades das cidades atingidas e oferecer suporte emergencial.
De acordo com as entidades, essa iniciativa reforça o compromisso do setor supermercadista em oferecer suporte e solidariedade às comunidades durante momentos de crise, enfatizando a importância da união e da colaboração em tempos difíceis. “A APAS expressa sua solidariedade aos amigos supermercadistas do Rio Grande do Sul, reconhecendo os significativos prejuízos materiais e o sofrimento enfrentado pela população local”, diz a associação em comunicado.
“O foco no apoio emergencial é prioridade, e o setor também está atento às mudanças que ocorrerão após o período de enchentes, avaliando os impactos da tragédia e tomando medidas adequadas para a recuperação da região”, completa.
O Rio Grande do Sul possui uma significativa participação na economia nacional, representando 6,5% do PIB brasileiro. Portanto, os impactos das enchentes devem ser relevantes nos resultados do segundo trimestre.
Segundo dados da Cielo, as enchentes que atingem o Rio Grande do Sul provocaram até agora queda de 15,7% nas vendas do varejo no estado, de acordo com o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA). O levantamento considera dados do intervalo entre a terça-feira (30 de abril) e o domingo (5 de maio) em comparação com período similar do ano passado (2 a 7 de maio). Os segmentos mais afetados pelo desastre foram o de Vestuário e Alimentação (Bares e Restaurantes), com quedas no faturamento de 49,5% e 37,8%, respectivamente. Na sequência, estão Móveis, Eletro e Depto (-37,0%), Materiais para Construção (-36,2%) e Drogarias e Farmácias (-24,9%).
Dois setores apresentaram crescimento no período: Postos de Gasolina (+33,9%) e Supermercados e Hipermercados (+14,6%). “O receio do desabastecimento e a incerteza da população levaram a uma grande procura de produtos de primeira necessidade e combustíveis”, afirma Estanislau Bassols, presidente da Cielo.
As associações supermercadistas afirmam que não há risco iminente de desabastecimento nos supermercados atualmente.
AJUDA SUL
Em parceria com a Associação Gaúcha de Atacadistas e Distribuidores (AGAD), a AGAS e a ABRAS lançam o aplicativo AJUDA SUL. A iniciativa busca entender o cenário atual no setor, centralizando todas as informações dos estabelecimentos supermercadistas que foram atingidos nesses últimos dias pelas enchentes. Por meio do aplicativo AJUDA SUL, um banco de informações será formado e disponibilizado a todos os fornecedores interessados em apoiar a reconstrução e reestruturação do setor. O aplicativo também auxiliará as indústrias de alimentos gaúchas.
O aplicativo permitirá que os supermercados no Rio Grande do Sul respondam a um breve questionário informando se foram atingidos pela tragédia, de forma total ou parcial, e quantos funcionários empregam. O objetivo é fazer um levantamento de quanto o setor foi atingido, coletando imagens e dados da real situação dos estabelecimentos, dimensionando o cenário do setor no estado para que a ajuda seja precisa e alinhada às necessidades dos supermercados de todo o estado do Rio Grande do Sul.
Rede varejista se solidariza
O Grupo Carrefour Brasil definiu que a partir de terça-feira, 7 de maio, todas as suas lojas no Rio Grande do Sul terão congelamento de preços de todos os seus produtos. A medida é válida para todas as bandeiras da companhia no estado: Carrefour, Atacadão, Sam’s Club e Nacional.
Os preços ficarão os mesmos até 31 de maio. “Não é uma definição fácil, pois envolve fornecedores, estoques, precificação. Mas, neste momento tão difícil do estado, e do Brasil, o Grupo avalia que é fundamental a população ter acesso a produtos sem qualquer reajuste. É uma segurança à população de que os preços serão os mesmos até o fim de maio, não é preciso ter receio de reajustes”, afirma o CEO do Grupo Carrefour Brasil, Stéphane Maquaire.
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