O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela APAS em parceria com a Fipe, registrou inflação de 1,69% em novembro de 2024, após alta de 0,88% observada no mês anterior. O resultado de novembro marca a terceira alta seguida no indicador.
Entre as categorias que influenciaram no comportamento do índice em novembro, os produtos semielaborados lideraram a alta (4,2%), seguidos por bebidas alcoólicas (2,2%), industrializados (1,2%), produtos in natura (1,2%) e bebidas não alcoólicas (0,67%). Por outro lado, os artigos de higiene e beleza e artigos de limpeza apresentaram redução moderada de preços no último mês, com variação de -0,2% e -0,14%, respectivamente.
Semielaborados
Os produtos da categoria de semielaborados registraram inflação de 4,2% em novembro, após alta de 2,5% observada no mês imediatamente anterior. No acumulado do ano, o grupo atingiu 14,4%, enquanto no acumulado de 12 meses registrou inflação de 15,4%.
Entre as subcategorias analisadas no mês, a carne bovina registrou inflação de 10,69%, seguido por carne suína (8,42%) e aves (5,02%). Por outro lado, as subcategorias de leite (-1,96%), pescados (-0,59%) e cereais (-0,12%) apresentaram deflação.
O preço da carne bovina ao consumidor final apresentou inflação de 10,6% em novembro, a maior taxa da série histórica desde dezembro de 2019.Dentro dessa subcategoria, houve o aumento generalizado dos preços em novembro, sendo que a maior alta ocorreu no braço (14,8%), seguido pela alcatra (13,6%), acém (13,3%), fígado (13,2%) e fraldinha (12,4%).
Em novembro de 2024, as carnes suínas registraram inflação de 8,4%, maior alta desde outubro de 2020. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação desses produtos registrou 22,3%. Ao analisar a evolução dos preços dos itens que compõem a subcategoria, pernil com osso apresentou alta de 10,9% em novembro de 2024, o preço do lombo com osso registrou aumento de 9,27% em novembro.
A subcategoria de aves registrou inflação de 5,02% no último mês, impulsionado pelo aumento sazonal do preço do peru (8,80%). O frango, por sua vez, registrou inflação de 4,88% em novembro.
A subcategoria de lácteos indicou deflação de 1,96% em novembro de 2024, mesmo movimento registrado pelo item leite longa vida, que possui o maior peso dentro da subcategoria. O preço do leite Tipo B recuou 1,19% no mês, enquanto o leite especial registrou queda de 0,85%.
A subcategoria de cereais registrou deflação de 0,12%, mantendo a tendência observada desde julho de 2024. Esse processo deflacionário está relacionado principalmente à queda no preço do feijão, que vem apresentando deflação desde abril de 2024. No caso do arroz, o preço ao consumidor final diminuiu 0,10% em novembro. O preço do milho registrou inflação de 1,02% em novembro, os cereais registraram inflação de 10,8%, impulsionados principalmente pelo preço do arroz, que apresentou alta de 15,9%. O preço do feijão (+3,6%) apontou aumento bem mais moderado no mesmo período, enquanto o milho registrou deflação (-7,3%).
Industrializados
Os produtos industrializados apresentaram inflação de 1,2% no mês de novembro. No acumulado de 12 meses, o índice apontou inflação de 5,3%, enquanto no acumulado do ano a alta foi de 4,5%.
Entre as subcategorias de produtos industrializados, os óleos tiveram a maior taxa de inflação (8,5%), seguidos por cafés, achocolatados em pó e chás (4,4%), adoçantes (3,3%) e panificados (1,3%). Na sequência, os demais produtos a apresentarem inflação no mês de novembro na categoria de industrializados foram: derivados do leite (0,8%), enlatados e conservas (0,7%), condimentos e sopas (0,6%), biscoitos e salgadinhos (0,3%) e alimentos prontos (0,2%).
Por outro lado, alguns produtos apresentaram deflação, ainda que moderada: doces (-0,2%), seguidos por derivados de carne (-0,1%) e massas, farinhas e féculas doces (-0,07%).
O preço dos óleos continua em alta, com elevação de 2,83% em outubro para 8,55% em novembro. No acumulado do ano, o índice apontou uma inflação de 19,15%. A inflação dessa subcategoria está sendo influenciada, principalmente, pelos aumentos nos preços do óleo de soja (14,9%) e do azeite (0,4%). Vale ressaltar que no acumulado do ano esses mesmos produtos apresentaram taxas de inflação de 29,14% e 16,4%, respectivamente.
A inflação da subcategoria de cafés, achocolatados em pó e chás aumentou de 1,42% em outubro para 4,44% em novembro, registrando no acumulado de 12 meses, a maior taxa de inflação entre os produtos industrializados (24,6%). Ao analisar os itens que compõem essa subcategoria, a alta foi influenciada pelo “café em pó”, que apresentou inflação de 5,7% em novembro de 2024, acumulando um aumento de 33,4% nos últimos 12 meses. O café solúvel (3,2%), os achocolatados em pó (1,4%) e o chá mate (0,2%), também mostraram aumento nos preços em novembro.
In natura
Os produtos in natura, após a forte queda observada em julho (-9,3%) – menor nível registrado desde julho de 2018 –, vem apresentando aceleração de preços nos últimos meses. Em novembro, a categoria apresentou alta de 1,2%, contra 0,14% de outubro.
O aumento dos preços da categoria em novembro foi impulsionado principalmente pela subcategoria verduras, que registrou inflação de 7,7%, revertendo a deflação de -2% observada no mês anterior. Os ovos também contribuíram, com alta de 2%, seguidos pelos tubérculos, que passaram de uma deflação de -6,27% para inflação de 1,7%, e pelas frutas, que aumentaram 0,68% frente a 1,44% no mês anterior. Em contrapartida, os legumes apresentaram deflação de -2,7%, em contraste com a inflação de 6,9% registrada em outubro.
No acumulado de 12 meses, a inflação dos produtos in natura, de 2,9%, permanece abaixo do índice geral de 6,5%. Esse resultado é reflexo, por um lado, da alta do preço das frutas (13,6%), seguidas pelas verduras (3,1%) e pelos tubérculos (1,2%). Por outro lado, os legumes e ovos acumulam deflações de -9,6% e -7%, respectivamente.
A subcategoria frutas registrou inflação de 0,68% em novembro, acumulando alta de 10% no ano. Ao analisar a variação dos preços por produto no mês, o mamão se destacou com uma taxa inflacionária expressiva de 15,1%, seguidos pelos abacaxis, que registraram aumento de 7,6%. Em contrapartida, os menores índices foram observados no melão, com deflação de -7,1%, e na melancia, que apresentou queda de -4,7%.
No acumulado de 12 meses, a inflação da subcategoria foi de 13,6%. Esse aumento foi impulsionado principalmente pelas laranjas, que apresentaram alta significativa de 88%, seguidas pelos limões (45%), maçãs (20,1%) e melões (14,5%). Por outro lado, as menores variações ficaram por conta das melancias, com deflação de -12,9%, e das peras, que registraram queda de -4,4%.
A subcategoria de bebidas não alcoólicas apresentou inflação de 0,6% em novembro, abaixo dos 0,9% registrados em outubro, indicando uma leve desaceleração no comparativo mensal. Durante o mês analisado, todos os itens dessa subcategoria registraram inflação, exceto suco de frutas e água mineral, que apresentaram deflação de -0,3% e -0,26%, respectivamente. No acumulado em 12 meses, mantém-se a tendência inflacionária, destacando-se a bebida isotônica, que registrou a maior taxa, de 19,6%, entre os itens avaliados.
Artigos de limpeza
Em novembro, os preços dos artigos de limpeza registraram uma leve queda, com variação de -0,14%, revertendo a alta de 0,63% observada no mês anterior. No acumulado de 12 meses, o índice aponta deflação de -1,5%. Entre os itens analisados, as esponjas de aço apresentaram a maior redução mensal, com variação de -2,5%, enquanto as ceras destacaram-se com a maior alta da subcategoria, registrando 2,7% no período.
Produtos de higiene e beleza
Os produtos de higiene pessoal e beleza seguiram uma dinâmica semelhante à dos artigos de limpeza, com leve queda de -0,20% em novembro, após alta de 0,57% no mês anterior. No acumulado de 12 meses, a variação foi positiva, alcançando 0,65%, enquanto no acumulado do ano a taxa ficou em 0,86%.
Dentro dessa subcategoria, os aparelhos de barbear apresentaram a maior redução em novembro, com uma taxa de -2,9%, enquanto o papel-alumínio registrou a maior alta, de 5,1%. No acumulado de 12 meses, o leve aumento observado foi impulsionado principalmente pelos protetores solares, que registraram aceleração nos preços, com variação de 12,8%, a maior entre os itens analisados.
Supermercados paulistas apresentaram aumento de 1,69% nos preços em novembro | SuperVarejo
Comentários