19 de abril, 2024

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Varejo de alimentos é porta de entrada para o mercado de trabalho, mas reter talentos é desafio

O varejo de alimentos é tradicionalmente a atividade que mais emprega no Brasil: estima-se algo em torno de 530 mil trabalhadores no setor. Esse protagonismo é reforçado pelo seu papel social, pois a maioria dessas pessoas nunca haviam trabalhado na vida e grande parte são jovens, em busca de experiência ou de compor a renda familiar.

Se a economia voltar a acelerar em 2020 e as boas perspectivas se confirmarem, o setor supermercadista, que já possui uma demanda intensiva no quadro de colaboradores, seguirá como a principal porta de entrada para o mercado de trabalho, em especial para os jovens. As funções mais comuns para as quais são contratados são: repositor, estoquista e embalador.

 

Calcule o turnover da sua empresa

 

 

Retenção é desafio – Ironicamente, o setor que mais emprega no País é também aquele em que mais existe rotatividade de funcionários. Longas jornadas de trabalho, escalas no fim de semana e poucas oportunidades para ascensão profissional são algumas das queixas mais recorrentes de quem sai das empresas do segmento e fazem dele o campeão de turnover no Brasil.

No setor de recursos humanos, a taxa de turnover é a porcentagem de funcionários que deixam um emprego ao longo de determinado período de tempo (como um trimestre ou um ano). Isso vale para quem pediu demissão, foi demitido e até se aposentou. Normalmente, a taxa não leva em conta movimentações internas, como promoções e transferências.

Independente da razão que leva o funcionário a deixar a empresa, quando esse processo se dá com muita frequência torna-se uma dor de cabeça para os gestores, em razão dos custos da própria demissão e da substituição, já que um novo funcionário terá de ser contratado e treinado.

Mas quais são os aspectos que mais influenciam no turnover do varejo de alimentos? O principal deles é justamente ser um acesso mais rápido e fácil ao mercado de trabalho, devido à pouca exigência e grande oferta de vagas.

“Os supermercados acabam absorvendo aquela parcela da população com menor qualificação e experiência profissional. Contudo, o baixo engajamento dos colaboradores de ‘chão de loja’ e a falta de perspectiva de desenvolvimento no setor os levam a buscar rapidamente outras oportunidades em setores distintos, percebendo a atividade no varejo de alimentos apenas como um ‘primeiro degrau’ necessário para o seu crescimento profissional”, analisa Eduardo Carvalho, diretor comercial da Checkout RH, empresa de RH especializada em supermercados.

Na opinião de Carvalho, os colaboradores contratados precisam ter um perfil compatível com a dinâmica do setor e de cada loja, pois admitir funcionários com perfil errado irá reduzir o engajamento e consequentemente o tempo de permanência na companhia.

“Não é produtivo inserir um profissional extremamente comunicativo em um departamento ou sob a liderança de um gestor que exija organização e concentração, ou colocar uma pessoa introspectiva para realizar atendimento ao cliente. As escolhas precisam fazer sentido, pois é essencial que contratante e contratado estejam satisfeitos”, diz o executivo.

Vencida essa etapa, o passo seguinte está em oferecer um ambiente favorável ao engajamento desse pessoal. “Os colaboradores precisam pertencer a um ambiente amigável, onde eles sejam acompanhados e avaliados de forma transparente e justa, percebendo que o seu esforço é reconhecido e que existem oportunidades de crescimento profissional.”

Não existe uma taxa de rotatividade “saudável” no setor, pois ele pode variar muito de loja para loja, dependendo do tamanho, perfil, localização, além de fatores conjunturais. “O que recomendamos é que as empresas acompanhem permanentemente esse indicador na busca constante pela sua redução. O turnover impacta diretamente nos resultados, mais especificamente no aumento de gastos rescisórios ou com passivos trabalhistas, além de ser reflexo da insatisfação de colaboradores, que normalmente é responsável pela queda de rendimento e baixa eficiência das equipes”, avalia Carvalho.

 

Como reduzir o turnover em supermercado?

 

Reter talentos – Os grandes varejistas e até alguns médios têm programas de RH estruturados e as respectivas equipes para cuidar desse assunto. Já os pequenos, que em geral não dispõem de investimento para isso, podem combater o turnover com mudanças de comportamento.

“Para que os funcionários sejam fiéis aos seus empregos é importante que o comerciante esteja atento ao ambiente de trabalho, que seja amistoso e sem hostilidade”, orienta o especialista da Checkout RH.

Outro ponto positivo no combate ao turnover, segundo Carvalho, é ter um plano de carreira. “Os colaboradores precisam perceber que existe a possibilidade de crescimento interno e esse caminho precisa estar claro e bem definido. É importante que eles saibam quais resultados precisam apresentar para que exista a possibilidade de uma promoção.”

Por fim, o consultor destaca a necessidade de transparência e justiça ao mensurar o desempenho do colaborador. “É preciso ter clareza ao fazer esta avaliação, assim como as promoções ou desligamentos que ocorrem na organização devem ser explicados e precisam fazer sentido para a equipe”, completa.

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