O ano começou e o panorama para o varejo de alimentos em 2025 mostra sinais bem distintos, ou seja, há fatores positivos e negativos no radar. O Sincovaga está atento a todos eles.
Os primeiros dados da economia são promissores: janeiro apresentou bom desempenho para o comércio e serviços, e a inflação perdeu força, ainda que os alimentos ainda pesem bastante nos carrinhos de compras e, em alguns casos, até com menos itens. Vamos aguardar o próximo período, porque ele deve refletir o impacto do aumento dos combustíveis, feito recentemente, que chegará em breve à ponta, encarecendo os produtos.
Fora a economia, uma questão que merece atenção é a do trabalho da mulher. Uma das Turmas do Supremo decidiu que as mulheres têm direito a uma folga alternada − um domingo trabalha e o outro não −, “ressuscitando” o Art. 386 da CLT. Isso está causando uma revolução no varejo, em função dos comerciários acharem que o regime um por um para as mulheres seria vinculativo, mas a decisão é de um processo específico, que não tem repercussão geral. Estamos aguardando que o tema volte a ser debatido no Supremo, assim como uma definição a respeito.
É importante ressaltar que se essa definição do Supremo para o trabalho da mulher no regime um por um permanecer ou não for modulada, o efeito será desastroso, causando um passivo enorme às empresas e levando a maioria à ruína, um cenário que não interessante a nenhum dos atores envolvidos.
Outro assunto importante para o setor é a emenda constitucional de redução da jornada, ou seja, a mudança na Constituição da jornada máxima. O posicionamento do Sincovaga é que não é uma boa solução e que mudanças no limite de jornada semanal ou até mesmo diária podem e devem ser tratadas em convenções coletivas, onde as características e peculiaridades das atividades envolvidas ficariam bem marcadas.
Isso evitaria, por exemplo, generalizar para atividades que são essenciais, ignorando as necessidades e exigências do consumo do público, como por exemplo, o varejo de alimentos, farmácias, postos de gasolina, dentre outros, que não podem ficar restritos a essa questão.
Não podemos esquecer ainda a proposta de redução de jornada sem redução de salário. Isso significa aumentar custos e a economia no momento não se compadece dessa possibilidade.
Esses pontos estão sendo acompanhados de perto pelo Sincovaga, que atuará em conjunto com outras entidades sempre que necessário, para combater medidas que prejudiquem o segmento, um dos que mais empregam no país.
Alvaro Furtado é presidente do Sincovaga-SP (Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo).