Reportagem publicada pela Folha de S.Paulo em 23 de outubro de 2025, assinada por Gabriela Cecchin, apresenta a proposta do Gomo Coop, um novo supermercado que será inaugurado na região central de São Paulo e promete adotar um modelo inovador de funcionamento: a troca de turnos de trabalho por descontos em produtos.
Segundo a matéria, para se tornar membro da cooperativa, o interessado deverá participar de um turno de três horas de trabalho a cada quatro semanas e adquirir uma cota de capital social de R$ 100. Nos primeiros meses, a loja funcionará também para o público em geral, com preços diferenciados — mais baixos para os cooperados. A expectativa é que, com o aumento do número de associados, o supermercado passe a operar exclusivamente para seus membros.
Inspirado no modelo internacional “Food Coop”, consagrado há mais de 50 anos pela Park Slope Food Coop, no Brooklyn (Nova York), o Gomo Coop se autodenomina o primeiro supermercado cooperativo e participativo da América Latina. A proposta busca unir consumo consciente, redução de custos e valorização do trabalho coletivo. A loja pretende comercializar alimentos orgânicos, sem agrotóxicos e produtos com pequenas imperfeições visuais, normalmente descartados pelas grandes redes.
A reportagem destaca, no entanto, que o projeto gerou divergências nas redes sociais, com elogios à inovação, mas também questionamentos sobre possíveis implicações legais. Alguns usuários apontaram que o trabalho regular dos cooperados poderia caracterizar vínculo empregatício, enquanto outros viram na iniciativa uma alternativa colaborativa ao consumo tradicional.
O texto também apresenta a análise do Sincovaga-SP (Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo), que foi consultado pela Folha. O presidente da entidade, Álvaro Furtado, reconheceu o conceito do “Food Coop” como uma experiência legítima e já consolidada em outros países, mas alertou para a necessidade de adequação do modelo às normas brasileiras de concorrência, formação de preços e proteção ao consumidor. Furtado ressaltou ainda a importância de que iniciativas desse tipo mantenham diálogo com o varejo tradicional e com entidades representativas, como a FecomercioSP e a Abras, para evitar distorções competitivas ou regulatórias.
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