Luiz Alexandre Souza Ventura
A startup Wise Hands está cadastrando pessoas surdas para saber o tamanho dessa comunidade no Brasil e conseguir oferecer conteúdos acessíveis que atendam essa população de maneira efetiva. O registro individual na Campanha Nacional de Surdos, Amigos e Familiares é feito pela internet (clique aqui).
“Queremos engajar as pessoas para que elas sejam bem atendidas, como todo cidadão tem direito, e estejam definitivamente inclusas no mercado de consumo e trabalho, seja para assistir a um filme, uma peça de teatro ou fazer um curso”, diz Júnior Gaino, CEO da Wise Hands.
Entre as soluções desenvolvidas pela startup está o SL Book, ou Livro em Língua de Sinais, com texto, áudio e vídeo da interpretação em Libras na mesma página. O formato foi apresentado em reportagem do blog Vencer Limites sobre o livro ‘Desobedeça’, de Mauricio Benvenutti.
Recentemente, a Wise Hands Tech School, em parceria com a StarSe e a ELFUTEC (Escola para Formação de Usuários em Tecnologia e Conhecimento), iniciou a capacitação da primeira turma de programadores web surdos, com 16 participantes.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) divulgou no ano passado que o Brasil tem mais de 10 milhões de pessoas com deficiência auditiva, o que equivale a 5% da população. Desse total, 2,7 milhões têm surdez profunda. Em todo o planeta, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), são 500 milhões de pessoas com deficiência auditiva.
Um pesquisa organizada pelo Instituto Locomotiva e a Semana da Acessibilidade Surda em 2019 destacou as barreiras aos surdos na educação e no trabalho, mostrou de que maneira o preconceito afeta o cotidiano das pessoas com deficiência auditiva, chamou atenção para a relação da surdez com o envelhecimento da população, reafirmou a urgência em acolher as pessoas com deficiência no País e constatou que brasileiros com deficiência auditiva movimentam R$ 576 bilhões por ano.
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