(*) Alvaro Furtado
Em caso de uma calamidade, o mais importante é salvar vidas ou a economia? Isso não deveria ser um dilema diante da necessidade de isolamento social para combater uma epidemia. Afinal, por detrás dos índices econômicos existem pessoas, cidadãos, consumidores.
Mas há setores para os quais o isolamento imposto pelo governo em razão do Coronavírus não significa inércia ou abandono do trabalho, menos ainda das responsabilidades. Pelo contrário!
É o caso do varejo de alimentos, que tem um desafio adicional. Temos de manter as empresas do setor cumprindo sua missão de garantir o fundamental para a população, tomando todos os cuidados das recomendações médicas, para proteger de um lado os nossos comerciários e de outro os consumidores.
Mais do que nunca, o empresário precisa olhar para as pessoas. Afastar com remuneração todos os trabalhadores da chamada população de risco, buscar alternativas para as comerciárias mães de filhos pequenos e que sem creche ou escola não têm com quem deixá-los, conversar com cada empregado para conhecer seus problemas e aspectos peculiares de sua vida afetados pela pandemia. E assumir posturas que possibilitem soluções para cada caso.
Os varejistas devem ter claro que nem todos têm o discernimento que imaginam ou igual ao seu próprio. Não se impressionar ou se deixe influenciar por tudo o quanto circula nas redes sociais. A pandemia é fato médico e não político, e assim precisa assim ser considerada.
Em meio a esse caos, já surgem notícias de um grande volume de contratações no setor, o que deve ser visto sob dois prismas. O principal: reposição em face de ausências e da falta de pessoal e, o secundário: aumento de quadro.
Ao longo dos próximos dias, a partir da divulgação e efetividade das medidas econômicas anunciadas, a entidade retornará contatos com os representantes sindicais dos empregados, para avaliações conjuntas do cenário.
O Sincovaga irá recolher e analisar dados efetivos sobre a situação de vendas, de rupturas, de eventual majoração abusiva, movimentação no quadro de colaboradores e tudo o mais que for interessante para o setor.
O momento exige paciência, tolerância, solidariedade e muita seriedade. Atitudes devem ser pensadas e repensadas, sempre respeitando a realidade vivida e a situação particular de cada empresa.
Nenhum movimento da entidade deixará de ter consulta e avaliação pelas empresas que costumam participar e colaborar com o Sincovaga.
Aproveitem para difundir as mensagens que estamos enviando, pois elas são produzidas respeitando os princípios que norteiam a atividade e a direção que os empresários nos indicam.
(*) Alvaro Furtado é presidente do Sincovaga.