Quarentena é essencial para a saúde, porém é preciso minimizar o impacto econômico

A quarentena foi prorrogada no Estado de São Paulo até o dia 31 de maio, a fim de preservar vidas, o que é uma prioridade. Nesse contexto, a colaboração da população é essencial, respeitando as regras de isolamento, para que a retomada da atividade econômica aconteça o mais breve e de forma segura.

 

A fim de garantir que este processo ocorra gradativamente, o governo estadual desenvolveu o Plano São Paulo, um conjunto de medidas que englobam desde metodologias para medir o deslocamento dos cidadãos durante a quarentena, até linhas de crédito mais acessíveis e rápidas para as micro e pequenas empresas. Essa parcela de empresas, porém, reclama que os recursos não têm chegado à ponta, em razão de inúmeras exigências e contrapartidas.

 

De acordo com dados da FecomercioSP, levando em consideração que as atividades retornem somente no dia 1º de junho, conforme anunciado pelo governador de São Paulo, os prejuízos alcançados nos meses de março, abril e maio devem atingir mais de R$ 44 bilhões, com perda diária de R$ 659,7 milhões ao varejo paulista. Dessa forma, a liberação de R$ 650 milhões em crédito pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio do Banco do Povo e do Desenvolve SP, não cobre nem sequer uma média diária do prejuízo no faturamento do comércio.

 

Diante do cenário atual, estima-se queda de 11% no faturamento anual do varejo na comparação com 2019, com baixa de R$ 83,4 bilhões – dos quais R$ 21,6 bilhões se referem à parte do comércio considerado essencial, que se manteve funcionando durante o período da quarentena, a exemplo do varejo de alimentos.

 

Ainda que a quarentena não seja prorrogada e a abertura do comércio aconteça em junho, o que é pouco provável, o impacto na economia já é considerável, pois grande parte das famílias teve suas rendas encolhidas, por causa do desemprego e do endividamento.

Outro efeito negativo é o da intenção de consumo, que será drasticamente reduzida e focada apenas em produtos essenciais, como alimentos e remédios.

Sem contar que a estrutura do comércio varejista também voltará bem debilitada, com quadro reduzido de funcionários, endividamento, baixa liquidez e níveis de estoques inadequados.

MAI/20