O Sincovaga, por meio do Coexistir, sediou no dia 25/11 o XV Encontro Anual do Espaço da Cidadania e seus parceiros pela inclusão. O Espaço da Cidadania é pioneiro na questão da Pessoa com Deficiência (PcD). Ao longo dos anos, atua pela implementação da Lei 8.213/91, que institui cotas, graduais, de 2% a 5%, para empresas a partir de 100 empregados.
Na ocasião estiveram reunidos representantes de empresas, do governo e entidades sindicais, a exemplo de Ricardo Patah, membro da equipe de Transição no Trabalho do presidente eleito, presidente da UGT e do SEC-SP, que recebeu informações dos participantes sobre a importância social do respeito à Lei de Cotas em todas as empresas.
Também compareceu o dirigente metalúrgico Carlos Aparício Clemente, um dos fundadores do Espaço e seu coordenador, que destacou a importância de trocar experiências, apontar avanços e incluir no mercado as pessoas com deficiência. “Elas podem falar por si. Não queremos falar por elas”.
Na opinião de Clemente, a mudança de governo, de mentalidade e os compromissos abrem perspectivas quanto à integridade da Lei de Cotas. “O governo Bolsonaro quis reduzir o percentual obrigatório. Também tentou trocar a contratação por uma taxa a ser recolhida pela empresa ao próprio governo”, afirmou.
“O Brasil mal emprega 500 mil pessoas com deficiência, enquanto o contingente, segundo o Censo Demográfico de 2010, em idade de trabalho, era de 31 milhões”. Para ele, é preciso também dar atenção à qualificação e remuneração dessa parcela de trabalhadores. “Hoje, a maioria dos contratados pela Lei de Cotas ganha entre um e um e meio salário-mínimo. Quanto à escolaridade, ela reproduz o padrão nacional: somente 17,5% das pessoas com deficiência têm ensino superior completo”, concluiu.
Para Maria de Fátima e Silva, coordenadora do Coexistir, o Encontro presencial no Sincovaga − o primeiro no pós-pandemia − foi importante para avaliar o momento e organizar ações conjuntas no sentido de melhorar o protagonismo das pessoas com deficiência na discussão de pautas, ampliar as parcerias para ações em rede, organizar grupos com o compromisso de desenvolver ferramentas de pesquisa e materiais informativos, entre outras coisas.
“Foi ótimo rever as pessoas engajadas na luta pela inclusão e fortalecer iniciativas que defendam a lei e combatam as armadilhas que a ameaçam, pois são muitos os desafios a serem vencidos e só será possível se estivermos juntos”, completa Maria de Fátima.
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