18 de maio, 2024

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A potência memética na comunicação das marcas

Foto: katemangostar - br.freepik.com
Por MARINA ROALE

Isso acontece porque o meme é a expressão máxima da convergência, em que todas as fronteiras da nossa vida estão meio borradas. Não existe mais divisão entre casa e trabalho, lazer e profissão, fato e opinião. Fica mais difícil escolher em que acreditar em meio a tanta informação, e o meme nos ajuda oferecendo uma narrativa simples, rápida e que está de acordo com o que acreditamos. 

Se por um lado a notícia jornalística demanda algum método, título ou forma de apuração, neste novo formato qualquer fato ou opinião vira uma narrativa sedutora que pode ser lida e compreendida em poucos segundos. Prova disso é que 49% dos internautas já acessaram a internet com o intuito de encontrar memes que falassem do momento político que estavam vivendo.

  Esse tipo de conteúdo impressiona pela capacidade de viralização. Um meme polêmico tem métricas de causar inveja em qualquer equipe de marketing porque é capaz de algo que nós brasileiros amamos: transforma tudo em uma história. Isso desperta a sensação de que somos parte dos acontecimentos, e de que não estamos sozinhos em nossos conflitos e opiniões.

Hoje não acompanhamos apenas a tomada de decisões dos políticos, mas também as repercussões que ela causa entre as pessoas. A pós-notícia causa tanto (ou mais) frisson que a notícia em si. Não basta saber qual foi o último pronunciamento do presidente; nós queremos acompanhar todo buzz que ele tá causando. É por isso que não resistimos aos memes. Nesse mundo de fluxo informacional intenso, eles nos dão um termômetro dos sentimentos alheios e traduzem o que estamos sentindo e não conseguimos verbalizar. Entre os brasileiros, 76% dos internautas já ficaram sabendo de alguma notícia por causa de um meme e 64% deles afirmam se sentir mais incluídos em determinado grupo ao entenderem esse tipo de conteúdo.

Como qualquer linguagem, os memes podem tanto criar pontes quanto construir muros entre pessoas, ideologias e bolhas cibernéticas. É preciso sair desse debate que coloca esse conteúdo como algo bom ou mau para a democracia, e entender que estamos lidando com uma ferramenta de expressão que veio para ficar.

Cabe a nós, marcas, escolher entre usar o potencial memético para criar mais diálogos e menos duelos. Saber usá-lo na sua comunicação é entender que o potencial de conversa que ele pode gerar deve ser maior que o tamanho da sua logo na arte.

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