18 de maio, 2024

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Gigantes regionais do atacarejo estão prontas para ir às compras, mas faltam ativos no mercado

Talita Nascimento

À procura de compradores, o Makro acabou trazendo nomes de redes de atacarejos regionais para o noticiário. Em expansão, grupos como Pereira, Muffato e Spani avaliaram o ativo, mas desistiram da compra ao ver contingências do negócio. O que ficou claro, porém, é que esses grupos têm apetite por crescimento via aquisições – o que é importante: caixa para fazê-las. Os negócios disponíveis para comprar é que são raros.

Em geral, o modelo de atacarejos costuma gerar caixa para as companhias, financiando o crescimento orgânico das redes. Para o sócio da consultoria especializada em varejo Mixxer, Eugênio Foganholo, esse é um modelo de negócios vencedor no varejo alimentar e, portanto, deve seguir em expansão, sobretudo orgânica, mas sem desconsiderar as raras oportunidades de aquisição que aceleram os processos de crescimento das redes.

Conheça a Muffato, rede de supermercados do interior do Paraná que negocia compra de lojas do Makro

Além disso, o grupo tem como meta realizar investimentos em logística, em capacitação de pessoal e fazer “boas negociações com fornecedores” para estarem “prontos para aproveitar as oportunidades de expansão quando elas surgem”.

O Grupo Zaragoza tem atualmente 5 mil empregados em suas unidades e dois centros de distribuição. São, no total, 37 lojas Spani em operação no Estado de São Paulo e no Estado do Rio de Janeiro, além de 4 lojas Villarreal Supermercados no Vale do Paraíba.

‘Gigantes regionais’

O grupo paranaense Muffato, que faturou mais de R$ 10 bilhões em 2021 e tem estimativa de crescimento para 2022 de 10%, também avaliou e posteriormente desistiu do Makro. Em entrevista recente ao Estadão, Everton Muffato, um dos três irmãos que atuam como CEOs da empresa, disse que o negócio não avançou por incompatibilidade de interesses. No entanto, deixou claro que novas fusões e aquisições continuam em seu radar.

O Grupo Pereira, também apontado como interessado nos ativos do Makro, é outro gigante regional. Para 2023, a empresa, que atua na região Centro-Oeste, mantém seus planos de expansão e a expectativa é investir R$ 660 milhões. No primeiro semestre, segundo o grupo, o foco será a chegada ao mercado do Rio Grande do Sul, com cinco lojas.

Reação

Para Foganholo, da Mixxer, existe também uma reação das redes regionais à expansão das duas grandes redes listadas na B3: o Atacadão e o Assaí. Segundo ele, com a expansão dessas bandeiras, o mercado de atacarejos tem se tornado mais concentrado, o que faz com que redes menores corram um pouco mais para defender seus territórios.

Uma saída possível para acelerar a expansão dessas redes regionais é a conversão de lojas de supermercado para esse novo formato. No entanto, nem sempre essa virada funciona. As lojas que vendem com preço de atacado têm de ter uma estrutura diferente que reduza custos de operação para entregar preço baixo com boas margens. Assim, muitas vezes, as reformas podem não ser bem-sucedidas, avalia Foganholo. “Se a estrutura é mista, nem sempre é possível atingir custos menores”, diz.

Em geral, a expansão por meio de aquisições ajuda as companhias a acessarem um novo mercado já com escala. O investimento logístico para abastecer uma nova loja em determinada região só tem retorno quando há uma quantidade de estabelecimentos na área que justifique esse investimento. Essa pode ser mais uma das razões para que essas redes busquem as raras oportunidades de compra no setor.

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