27 de abril, 2024

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As marcas precisam entender as favelas

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Por Carol Rodrigues

Celso Athayde é um dos grandes nomes quando o assunto é empreendedorismo social, inclusive reconhecido com prêmio de Empreendedor do Ano em Impacto da Inovação no Fórum Econômico Mundial, e o protagonismo dos brasileiros que moram em favelas.

Ele fundou a Central Única das Favelas (CUFA) há mais de 20 anos e inovou com a criação da Favela Holding em 2017, da qual é CEO e, em 2022, mostrou a todos a representatividade e importância da favela com a realização da Expo Favela.

Como consumidor, Athayde faz um apelo: “É importante as marcas entenderem que os pretos e a favela não querem mais ser catequizados pelas marcas. Para você poder se comunicar com essas pessoas e com esses grupos é preciso se comunicar com eles. E se comunicar não é apenas uma peça de comunicação a partir de uma lógica de uma agência de comunicação, é se relacionar e fazer com que tenham a percepção que a marca respeita.”

Ele ainda lembra que as pessoas generalizam as pessoas da favela como uma massa uniforme. Um verdadeiro engano. Também acreditam que colocar um negro influenciador com milhões de seguidores vai representar toda a massa. Mais um engano. “Isso é como se os pretos fossem todos iguais. Tem preto que é evangélico, que é espírita, tem o que gosta do Bolsonaro, o do Lula, tem o que gosta de funk e outro gosta de Chopin (Frédéric). Na verdade, é preciso ver pontos convergentes entre esses grupos, e não apenas representantes por terem mais seguidores”, indica.

Athayde cita o seu próprio exemplo. “Quando estou vendo uma luta de boxe de dois desconhecidos, se um for preto e o outro for branco, torço para o preto. Não é racismo, é identificação. Se as marcas têm relação com essas iniciativas, as outras pessoas, mesmo que não estejam sendo contempladas por elas, se veem reconhecidas.”

ROCINHA E HELIÓPOLIS

Outro ponto citado pelo CEO da Favela Holding é a dimensão das favelas e a falta de compreensão de sua dinâmica e potencial. Como referência, ele cita as favelas da Rocinha (RJ) e de Heliópolis (SP), que são maiores do que 83% das cidades brasileiras. “As marcas sequer sabem disso e, à medida que não sabem, fazem planos de expansão para uma cidade a milhões de quilômetros, quando se tem uma favela que representa uma cidade. As favelas ainda não foram exploradas – no sentido de não ter coisas sólidas – e, portanto, também não foram democratizadas as oportunidades para os moradores.”

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