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Por Dagnia Gonzalez

O oligarca russo, dono de uma das cadeias mais importantes da Espanha, alivia a pressão no Ocidente distanciando-se da agressão contra a Ucrânia. Em uma carta enviada aos funcionários da LetterOne, a controladora do supermercado DIA, Mikhail Fridman , garante que “a guerra nunca é a resposta” e sustenta que “esse derramamento de sangue deve acabar”. Fontes do DIA asseguram a este jornal que a carta foi endereçada a funcionários da empresa-mãe, mas destacam a relevância da sua posição distanciando-se do presidente do seu país, Vladimir Putin . Ele é o primeiro magnata a criticar a invasão de seu país.

“Não faço declarações políticas, sou um empresário com responsabilidades para com meus muitos milhares de funcionários na Rússia e na Ucrânia. No entanto, estou convencido de que a guerra nunca pode ser a resposta. Esta crise custará vidas e prejudicará duas nações que são irmãs há centenas de anos”, critica Fridman, ele próprio de origem ucraniana, embora de nacionalidade russa. “Embora uma solução pareça terrivelmente distante agora, só posso me juntar àqueles cujo desejo fervoroso é que o derramamento de sangue termine .”

Apenas os 80% que ele controla no DIA através da Letra Um valem atualmente 1.200 milhões e é uma das grandes fortunas da Rússia. Nesse país, tem o monopólio dos supermercados que é difícil de conseguir se você não fizer parte da elite próxima a Putin. Friedman é um dos vários oligarcas russos sob pressão das sanções do Reino Unido em retaliação à agressão russa na Ucrânia. Na União Europeia, o foco ainda não foi colocado nesses oligarcas.

Fridman aborda sua posição não por pragmatismo para evitar sanções ocidentais, mas por sentimento pessoal. “Nasci no oeste da Ucrânia e vivi lá até os 17 anos. Meus pais são cidadãos ucranianos e moram em Lviv, minha cidade favorita. Mas também passei grande parte da minha vida como cidadão da Rússia, construindo e desenvolvendo empresas. Estou profundamente ligado aos povos ucraniano e russo e vejo o conflito atual como uma tragédia para ambos.”

As sanções já estão afetando o império de Fridman, que é um dos acionistas do Alpha Bank, o maior banco privado da Rússia. Um de seus associados, Petr Aven, foi um dos convidados seletos de Putin da elite empresarial a quem ele explicou a invasão. O Alpha Bank também é um grande credor tradicional na Ucrânia.