28 de abril, 2024

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Redução de energia elétrica no varejo depende de gestão e monitoramento

A energia elétrica é vital para o varejo de alimentos, principalmente porque são muitos equipamentos envolvidos na operação, sobretudo os de refrigeração, que chegam a representar quase metade do consumo total. Daí a necessidade de monitoramento constante e de gestão dessa despesa, que se feitos de forma eficiente podem até garantir redução de custos.

Um dos maiores custos do setor varejista é a energia elétrica. Entidades estimam que ela é a segunda maior despesa de supermercados e shoppings centers. A Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) aponta que a despesa com energia elétrica varia entre 1% e 2% do faturamento nos estabelecimentos do varejo. E levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) confirma ainda que a conta de energia supera as despesas com aluguel e está atrás apenas da folha de pagamentos.

Ainda assim, muitas empresas encaram sua fatura mensal como um custo padrão que não há como evitar ou gerenciar. Ignoram que a energia elétrica é uma despesa controlável como qualquer outro custo operacional e que, se bem gerida, pode representar economias expressivas.

O primeiro passo para iniciar essa gestão é identificar os processos e recursos que têm alto consumo nas operações do negócio, além dos pontos de ineficiência energética que podem ser sanados. A partir daí, torna-se mais fácil traçar um planejamento estratégico de ações visando à redução de custos com a energia no varejo.

Michel Müller, da Way2

Michel Müller, da Way2

 

Principais custos que envolvem energia elétrica no setor varejista

No varejo, os supermercados são os que mais consomem energia, principalmente por causa da refrigeração de produtos, que representa até 40% do consumo total. Além da refrigeração, há toda a instalação de ar-condicionado, iluminação, ventilação e outros equipamentos.

Rotinas mal planejadas, falta de manutenção e falta de conscientização das equipes sobre o uso racional e responsável da energia também representam fontes de desperdício que afetam o volume total de energia consumido.

 

Confira alguns dos principais causadores de custos extras com energia:

Equipamentos obsoletos

No setor varejista, a escolha de equipamentos e sua adequada manutenção têm um peso enorme na conta de luz. Aparelhos de ar-condicionado, por exemplo, podem gastar entre 30% e 60% do consumo total de energia de uma empresa do varejo, segundo dados da Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação (Abeco).

 

Baixo fator de potência

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) determina que o fator de potência seja mantido o mais próximo possível de 1, com tolerância para um mínimo de 0,92. Abaixo disso, indica-se uso impróprio e cobram-se multas na fatura de energia. O dimensionamento indevido de motores e equipamentos, seu uso inadequado, bem como a presença de lâmpadas fluorescentes e de transformadores sem carga, são algumas causas prováveis.

 

Alto consumo de energia no horário de ponta

O horário de ponta é o período do dia em que há maior demanda por energia e uma maior pressão sobre o sistema elétrico. Por isso, a tarifa de energia nessa faixa de horário é mais elevada. Um alto consumo no horário de ponta tem grande impacto sobre a despesa total.

Algumas empresas acionam geradores próprios nessa faixa de horário, para evitar o custo mais elevado. Outras buscam também escolher um modelo tarifário que otimize o seu consumo, podendo representar economias de até 20% na fatura mensal.

 

Demanda contratada de energia não atende o perfil de consumo da empresa

Dois aspectos relacionados à contratação de energia têm grande impacto na despesa energética: o correto dimensionamento da demanda contratada junto à distribuidora local e o ambiente de compra. Em relação à demanda contratada, tanto uma demanda subdimensionada, quanto uma demanda superdimensionada, representam prejuízo e custos mal gerenciados.

Quando é subdimensionada, a empresa paga o excedente utilizado, além de multas sobre o montante ultrapassado, com uma tarifa duas vezes maior por quilowatt. Quando é superdimensionada, paga-se mais demanda do que se utiliza de fato, pois o faturamento não se dá sobre a demanda medida, mas sim sobre a demanda contratada, nesse caso.

 

Estratégias para reduzir custos com energia no varejo

Agora que você já conhece os principais causadores do alto consumo e custos com energia elétrica em supermercados e demais empresas do varejo, é necessário entender as ações possíveis para economia de energia.

Cada empreendimento possui uma estrutura e comportamento de consumo diferente, assim como as alternativas de redução de energia. Portanto, o primeiro passo para a criação de um plano de economia de energia é realizar um diagnóstico energético para entender o perfil de consumo do negócio.

Esse diagnóstico só é possível a partir de um monitoramento minucioso do consumo de energia de cada operação. Apenas com esse olhar, é possível identificar os pontos de melhoria que devem ser explorados e tratados como metas principais na estratégia do negócio.

 

Abaixo alguns exemplos de ações de redução de custos com energia que podem estar em um planejamento energético:

 

  • Programa de conscientização de consumo para os colaboradores;
  • Substituição de máquinas por modelos mais modernos;
  • Adequação no sistema de iluminação para uso de lâmpadas mais econômicas no modelo LED;
  • Instalação de portas nos balcões de refrigeração para evitar a dissipação do frio;
  • Automação do ar-condicionado;
  • Sistemas de recuperação de calor;
  • Realizar a medição e monitoramento de energia por setor;
  • Migração do mercado cativo para livre.

 

Tecnologia na gestão e monitoramento de energia

Há soluções para redução de custos de curto, médio e longo prazo para empresas de todos os portes e características. Mas, seja qual for a estratégia adotada, ela certamente passa pela gestão e monitoramento dos dados de energia, pois apenas assim é possível enxergar a realidade operacional de uma loja e identificar pontos de melhoria para uma maior eficiência energética.

Para isso, é importante poder contar com uma tecnologia que possa realizar o monitoramento desses dados energéticos em tempo real, suportar a gestão das faturas de energia e ainda apresentar informações relevantes que sirvam de insights para atingir os objetivos do negócio.

Para Michel Müller, gerente de Negócios da Way2, empresa fornecedora de soluções tecnológicas para medição e gestão de energia elétrica, os gestores podem aplicar algumas ações para estruturar uma operação mais eficiente.

Confira sete passos para diminuir os custos com energia no varejo:

 

  • Analise o cenário da operação varejista

Antes de tomar qualquer decisão é preciso analisar o cenário em que a gestão da energia está inserida. Para isso, é indispensável observar como está o consumo energético no estabelecimento, se há processos e recursos que estão impulsionando um gasto de energia além do esperado. Segundo Mateus, no setor varejista, os supermercados, por exemplo, são os que mais consomem energia. “Já que se utilizam de muitos equipamentos elétricos que precisam ficar ligados por períodos longos ou ininterruptos, como refrigeradores, centrais de ar-condicionado, sistemas de iluminação e ventilação”, explica Müller. Com o levantamento inicial da gestão energética concluído, será mais fácil construir um planejamento focado em ações para redução de custos com energia.

 

Elabore uma cultura energética sustentável

Depois de ter um cenário mais macro de toda a gestão de energia no varejo, é preciso realizar o planejamento de uma cultura energética sustentável, que guie os colaboradores de forma intuitiva e organizada ao consumo consciente. “Neste caso, ações como respeitar os horários de acionamento dos condicionadores de ar, apagar as luzes e desligar os computadores quando não forem mais necessários, além de respeitar os períodos de manutenção dos equipamentos, devem ser reforçados no ambiente organizacional”, lembra Müller. Todas essas atividades, além de sustentáveis, terão um impacto positivo no gasto com energia elétrica, diminuindo o valor das faturas no fechamento do mês.

 

Organize as faturas de energia do negócio

Ter as faturas de energia documentadas e organizadas é indispensável para ter clareza sobre o consumo do estabelecimento. Isso porque, com essas informações em mãos, é possível entender qual é o comportamento energético mensal do negócio, além de identificar dias de consumo anormal. “O acompanhamento constante dos dados da conta de energia permite avaliar se as ações aplicadas para reduzir o consumo estão surtindo efeito. E, com o passar do tempo, essas informações servirão como um histórico energético da operação”.

Monitore a demanda de energia da operação de varejo

Os profissionais que têm o desafio de gerenciar múltiplas unidades consumidoras precisam monitorar de forma sistemática tanto a demanda quanto o consumo energético, para conhecer o perfil de consumo e a evolução da demanda do estabelecimento em diferentes períodos. Segundo Müller, o monitoramento é necessário para que possam definir qual é a demanda contratada ideal para cada unidade consumidora, evitando o pagamento por uma sobra ou até mesmo penalidades por ultrapassagem de demanda. “O acompanhamento se torna essencial para alterar a demanda contratada de energia, conforme as necessidades de consumo, o que evita o estabelecimento de desperdiçar orçamento com uma demanda além do necessário”.

 

Confira a condição dos equipamentos utilizados no estabelecimento

Depois de cumprir os passos anteriores, é preciso focar em etapas mais específicas, como a checagem dos equipamentos utilizados no estabelecimento. Com uma análise inicial, já é possível ter uma ideia dos aparelhos que gastam mais energia, se eles precisam estar ligados ao mesmo tempo ou por longos períodos. Entretanto, após a checagem inicial, Müller alerta para a necessidade de realizar um mapeamento dos aparelhos que precisam ser trocados ou passar por manutenções. “Para isso, será necessário analisar manualmente dispositivo por dispositivo, para identificar possíveis avarias que acabam causando aumentos expressivos no consumo de energia. Apesar de ser uma tarefa trabalhosa, é a mais adequada para a situação. Levando-se em conta que existem oportunidades reais de redução de consumo fazendo a manutenção daqueles equipamentos mais antigos, que não recebem revisões há anos”, explica o especialista da Way2.

 

Aposte no rateio de energia elétrica

Quando se tem muitos setores para gerenciar em um negócio, o mais indicado é realizar o rateio de energia entre centros de custos. No caso de shoppings centers, por exemplo, um dos maiores desafios é garantir que cada lojista pague pelo consumo correto de energia mensalmente. E, neste caso, a melhor forma de customizar o planejamento da gestão é com o rateio do consumo energético, desde que seja baseado em dados reais. A tecnologia também pode ajudar a simplificar a identificação dos aparelhos que precisam de troca ou manutenção: a medição setorial fornece o perfil detalhado de consumo das maiores cargas da unidade.

 

Invista em ações de eficiência energética

Após completar todos os passos anteriores, já será possível identificar recursos que apresentam alto consumo nas operações do negócio, além de pontos de ineficiência energética. Para sanar as demandas de ineficiência na gestão de energia no varejo, existem algumas ações que devem ser tomadas, com base na certificação ISO 50001 e em boas práticas para implementação do sistema de gestão de energia: analisar o contexto e implementar uma política energética; planejar e definir um escopo; estabelecer metas e indicadores de eficiência energética; implementar as ações de melhoria; monitorar, analisar e comparar o desempenho da operação antes e depois da implementação das melhorias; e traçar um novo plano de ação para melhorar a maturidade energética do negócio.

 

Thais Abrahão – Presstalk Comunicação

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